Em coletiva realizada nessa segunda-feira (1º) no Palácio dos Bandeirantes, o Governador João Doria anunciou a decisão de descontingenciar R$ 20,7 milhões para a manutenção do Projeto Guri, maior programa sociocultural brasileiro, que promove iniciação e formação musical para crianças e adolescentes.
No anúncio, que contou também com a presença do Vice-Governador Rodrigo Garcia, do Secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, foram apresentadas as medidas previstas para que serviços essenciais, como o Projeto Guri, não sejam interrompidos.
Em 382 polos, incluindo os polos Fundação Casa (destinados a jovens em cumprimento de medidas socioeducativas), são atendidos aproximadamente 64 mil jovens por ano.
O coordenador dos polos de Rio Claro e Cordeirópolis, Cesar Augusto Bueno, disse ao Diário do Rio Claro que apesar do governador afirmar que não irá deixar nenhum polo fechar, até a tarde dessa segunda-feira (1º) o Guri ainda não havia recebido nenhum comunicado oficial. “Estamos aguardando o posicionamento da sede da associação.”
INVESTIMENTO
O déficit fiscal projetado de R$ 10,5 bilhões em 2019 obrigou o Governo a determinar contingenciamento de R$ 5,7 bilhões em todas as áreas. Para a Cultura, foi estabelecido um contingenciamento de cerca de 23%, equivalente a R$ 150 milhões, incluindo os 24 contratos com Organizações Sociais e demais programas e ações.
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa tem realizado uma avaliação minuciosa dos contratos, programas e ações, levando em conta o impacto do contingenciamento, buscando implementar readequações para minimizar as consequências e buscar mais eficiência e eficácia.
PROJETO
A musicista Miriam Momesso, que começou a tocar violão no Projeto Guri aos 11 anos, no Polo de Santa Gertrudes, conta que o Projeto mudou completamente a sua vida. Hoje, ela está fora do País participando de um programa de intercâmbio voluntário para musicistas, financiado pela Noruega e em parceria com o Projeto Guri.
“Na minha vida, nada seria como é hoje se não fosse por esse projeto. Lá, por sete anos, eu aprendi demais, conheci pessoas incríveis, e mais importante de tudo: tive um suporte incrível, um incentivo que era quase um empurrão. Fui acolhida por uma família enorme”, contou Miriam.