Nos despedimos do verão nesta semana que, este ano, como de costume, se notabilizou pelo extremo calor e em virtude das chuvas torrenciais.
Com a chegada do outono, a tendência é que tenhamos um clima mais seco devido à escassez de chuvas. E por conta da ausência de precipitações, doenças respiratórias passam a ser mais frequentes, com pico entre março e junho, especialmente com o frio se estabelecendo posteriormente. O Diário do Rio Claro, com o desígnio de, mais uma vez, prestar serviço, consultou o pneumologista Jair Vergínio Jr.
De acordo com o especialista, geralmente nesta época do ano o clima deixa o ar mais frio e seco, o que leva a um processo inflamatório nas vias respiratórias superiores, como as narinas e a faringe, favorecendo a invasão da mucosa que reveste estas áreas do organismo por vírus e bactérias, que são os responsáveis pelas infecções como gripes, resfriados, sinusites e até as pneumonias, quando estes agentes conseguem atingir os pulmões. Vergínio destaca que os agentes virais mais frequentes são os rinovírus, influenza, vírus sincicial respiratório e, entre as bactérias, os pneumococos.
O porquê da propagação Segundo o médico, a principal causa da propagação destes agentes é a aglomeração de pessoas em ambientes fechados, o que facilita a transmissão, seja por via aérea, seja pelo contato em locais ou superfícies contaminados, como mesas, maçanetas e outros, ou seja, onde o agente fique vivo por alguns minutos ou horas.
Males mais comuns
Conforme o pneumologista, nesta época do ano os mais frequentes são as infecções respiratórias, como os resfriados, as gripes, sinusites, faringites e pneumonias. “Também há os quadros alérgicos, como as rinites e a asma”, acrescenta.
Precauções
Vergínio explica que para a prevenção destes quadros, deve-se evitar ambientes fechados, lavar bem as mãos, estar sempre bem hidratado e bem alimentado. “Outro fator importante, principalmente para as infecções virais, são as vacinas”, enfatiza.
Os mais suscetíveis
“Os grupos mais sujeitos a complicações destes quadros infecciosos são as crianças menores de cinco anos e os idosos com mais de 65 anos, onde há uma maior vulnerabilidade do sistema imunológico”, explana.
Sintomas
Os principais, conforme afirma Vergínio, são: a tosse, a coriza, a congestão nasal, graus variáveis de falta de ar e, quando relacionado com as infecções, geralmente há febre e dores pelo corpo. “Caso a febre se mantenha por mais de 48 horas ou os sintomas se tornem mais intensos ou até limitantes, como a falta de ar, o médico deverá ser consultado.”
Diagnóstico
“Os de rinite, crise de asma ou bronquite, resfriados e gripes, geralmente são feitos pelo exame físico e, em alguns casos, pode ser colhido material para a identificação do vírus, mas isso não irá mudar o tratamento de uma forma geral. Quando existe a hipótese de pneumonias, pela história dos sintomas e pelo exame físico, uma radiografia de tórax deverá ser solicitada para confirmar a patologia envolvida”, elucida o profissional.
Conforme o médico, os casos alérgicos, como nas rinites, asma ou bronquites, o tratamento deve ser com controle dos sintomas usando antialérgicos ou medicações inalatórias. “Nos casos de infecções virais, a hidratação e alimentação são fundamentais para uma boa evolução do quadro, visto que não existe uma medicação efetiva contra estes agentes e, quando as infecções forem causadas por bactérias, podemos utilizar os antibióticos”, esclarece.