O sertanejo atingiu seu ápice quando dos anos 90. Inúmeras duplas, à época, se notabilizaram de modo singular.
A vertente musical, que antes se restringia a pequenos centros, de forma devastadora chegou às grandes capitais, chegando até a romper a barreira nacional. Vendas astronômicas de CDs, execução maciça em emissoras de rádio, além de apresentações infindas na televisão, e shows incontáveis.
As duplas se fizeram quase que onipresente: Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel, dentre tantas outras. Atualmente, uma nova geração tem representado o cancioneiro sertanejo, mas de um modo distinto, por intermédio do afamado “sertanejo universitário”. Com uma roupagem diferente, as atuais duplas, a exemplo do que aconteceu anos atrás, dominam as paradas e praticamente monopolizam o mercado.
Porém, há um diferencial: as vozes femininas que estão ecoando país afora. São diversas duplas e intérpretes que arrastam multidões. Em Rio Claro, um notório talento do gênero se faz emergir cada vez mais: Paula Luana de Lima Souza, a Paula Mally, de 24 anos.
O Centenário conta hoje um pouco da trajetória da cantora, que tem se notabilizado com inúmeras apresentações, não só na Cidade Azul, mas em toda região.
O nascer para a música
Nascida em Mundo Novo, Mato Grosso do Sul, Paula Mally mudou-se para Rio Claro ainda pequena. Conforme relata ao Número 1, seu interesse pela música surgiu cedo. “Adorava ver meu primo tirar músicas na guitarra da igreja. Lembro que sentava e observava o instrumento de cordas e o som que dele saía. Desde então, me encantei e quis aprender”, conta.
O início
Sua primeira oportunidade de trabalhar com a música veio aos 15 anos, quando comprou seu primeiro violão. Paula relembra que confidenciou para uma amiga que queria comprar o instrumento, e ela lhe disse que havia um tio que estava vendendo um. “Foi aí que conheci o Rafael (nome artístico).
Ele me pediu para cantar uma música e gostou da minha voz. Então, me fez a proposta de formarmos uma dupla. Desta forma, meu primeiro contato com os palcos e públicos foi no Clube 9 de Julho, em Rio Claro, e a dupla ficou conhecida como Paula Lima e Rafael. Trabalhamos juntos por dois anos, até que nos separamos”, relata a artista.
Passos seguintes: o ‘recesso’, a pedagogia e o regresso
Segundo Paula, após a primeira tentativa com a música não ter dado certo, decidiu entrar para a faculdade e desistiu do sonho de ser cantora. “Comecei a faculdade de fisioterapia, mas não concluí. Mudei para pedagogia e ali me encontrei, mas ainda não era o meu maior sonho a ser realizado.
Contudo, uma parte de mim era pedagoga e, em 2017, me formei”, recorda-se. A cantora expõe que durante todo o curso de pedagogia, existiam várias atividades, como apresentações nas noites culturais, e esses momentos faziam com que seu sonho fosse alimentado. “Organizava, juntamente com o grupo, músicas para serem cantadas nas apresentações, e foi aí que decidi voltar a cantar.
No final do ano de 2016, por intervenção de minha mãe, Valdenice, reencontrei um amigo que topou fazer uma parceria comigo e passamos meses tirando músicas e ensaiando. Sempre tive o apoio dos meus pais e também do meu namorado, Luiz Fernando, que me ajudou e me apoia muito em meu sonho.”
Mudança de nome
No ano de 2017, já de volta aos palcos, manteve o nome artístico Paula Lima. A mudança surgiu devido a um evento em Rio Claro denominado Mix Cultural, oportunidade em que o nome Paula Lima foi divulgado como sendo uma grande atração. “No entanto, os meios de comunicação divulgaram a outra Paula Lima, já famosa, cantora e compositora conhecida por cantar pop. Até que foi engraçada a confusão, mas foi aí que decidi mudar meu nome para que não houvesse mais problemas, e assim me tornei Paula Mally”, descreve.
O agora
Paula afirma que, hoje, segue firme objetivando seu sonho. “Faço shows por Rio Claro e região, cerca de dez por mês. Em dezembro, chegou a 22 shows. Busco trazer a nova geração de cantoras sertanejas, que também são minhas inspirações, como Marília Mendonça, Maiara e Maraisa, Simone e Simaria e Naiara Azevedo, mas, claro, também trago em meu repertório os clássicos ‘modões’. Estou sempre atenta para os lançamentos, que hoje em dia são muitos, para sempre atualizar e diversificar o repertório”, conta.
O grande momento
Um importante fato recente foi a experiência que descreve como sendo “incrível”. No caso, quando foi a responsável pela abertura do show da dupla Maiara e Maraisa, em Rio Claro. Conforme a artista, foi uma oportunidade incrível em que pode mostrar seu trabalho para uma grande quantidade de pessoas.
O que há de vir
“Para meus planos futuros, busco ter um CD com músicas próprias e também poder agradar ao público não somente do sertanejo, mas todos aqueles que gostam de curtir uma música boa, seja sozinho ou com amigos e família”, idealiza. Paula Mally admite sentir-se muito feliz, pois tem sua família, amigos e namorado ao seu lado, que lhe dão muito apoio. “E como sempre digo a eles: ‘vocês sonham o meu sonho, vocês sonham comigo. Sou eternamente grata e feliz por ter cada um deles. São presentes de Deus em minha vida’”, finaliza a artista.