Enxergar o mundo por intermédio de uma lente é para poucos, muito embora muitos tenham acesso.
O olhar minucioso, delicado e diferenciado é o que costuma separar o “joio do trigo”. Captar a vida de um modo que, cada um que visualize o resultado final, tenha sua própria interpretação, sua própria concepção.
O rio-clarense Rodrigo Melleiro, de 42 anos, fotógrafo, que vive hoje em Florianópolis, capital catarinense, tem obtido justa notoriedade em virtude de seu talento e de seus muitos predicados fotográficos. Neste domingo, o Diário do Rio Claro tem a honra de, por meio de suas páginas, fazer chegar a muitos rio-clarenses um pouco da trajetória de mais um filho da Cidade Azul que, através de seu ofício, chegou ao lugar que sempre ambicionou.
Como tudo teve início
Melleiro é formado em desenho industrial pela Universidade Norte do Paraná, em Londrina, além de ser pós-graduado em fotografia digital pela EPA – Escola Panamericana de Artes e Design, em São Paulo. “Me chamar de fotógrafo é o maior elogio que alguém pode me fazer”, confidencia.
Conforme ele, desde sempre a fotografia esteve presente em sua vida. Em sua casa, de acordo com Melleiro, todo mundo adorava registrar as festas, fotografando e filmando tudo. “Lembro da família toda reunida na sala da casa da minha avó depois do almoço de domingo para assistir o vídeo da festa da noite anterior.
Tios, primos, irmãos, avós, pai, mãe, os cachorros. Era final dos anos 80 e, para mim, era muito divertido poder rever aqueles momentos de novo e de novo”, relembra o fotógrafo.
Melleiro conta que começou a fotografar em Rio Claro, com uma câmera Zenit e uma lente 50mm no final dos anos 90. Naquela época, admite que não fazia a menor ideia do que estava fazendo e, confessa: “desperdicei muitos filmes.”
Relevantes passos
Em 2000, já na faculdade, veio a primeira digital: uma Sony 2.1 megapixels. Hoje, ambas (incluindo a Zenit) estão guardadas em sua coleção.
Já em 2005, inspirado pelo trabalho do português Rui Palha, fotógrafo de rua, passou a fotografar somente em preto e branco, estilo que manteve até 2017, quando passou a fotografar também em cores.
Posteriormente, trabalhou como fotojornalista freelancer em São Paulo, fazendo pautas para revistas e cobrindo shows e festivais de música para o site IG Música, além, claro, de sempre fotografar as bandas dos amigos, o que, para ele, acabou sendo uma ótima escola.
“Já fiz tour com banda internacional pelo Brasil, já fiz tour com banda nacional pela Europa, tenho algumas premiações nacionais e internacionais, exposições individuais e coletivas, publicações em revistas e em três livros (Black and White street Group – 2013; We Street – Street Photography from around the world – 2016; My Damage, Keith Morris, The story of a punk rock Survivor – 2016)”, enumera o rio-clarense.
Cliques mundo afora
Como fotógrafo de rua, Melleiro clicou em três continentes, 20 países e centenas de cidades. E, em alguns desses países, esteve por três ou quatro vezes, como, por exemplo, Cuba, país pelo qual afirma ter um carinho especial. “Recentemente, estive em Havana, dessa vez por 30 dias, e agora estou preparando uma exposição sobre a capital cubana para 2019”, revela ao Centenário.
Paixão pelo ofício
“Ainda falando da minha paixão por essa arte, adoro esse ‘poder’ que a fotografia tem de, naquela fração de segundo, naquele único frame, fazer esse recorte no tempo, contar uma história, documentar e preservar para sempre memórias que jamais existiriam se não fosse pela maior invenção de todos os tempos.
Enfim, fotografar é o que eu amo fazer, é a maneira que eu encontrei para me expressar. Sei que sigo aprendendo e melhorando a cada ano e, claro, me divertindo, senão, nada disso faria sentido”, finaliza Rodrigo Melleiro.