O policial militar Ronimagson, com filho de dois meses em casa, saiu para o trabalho e, como sempre, nem imaginava que tipo de ocorrência atenderia.
Até que, por volta das 23h30 do sábado (2) de carnaval, ele e o Cabo Hartung foram abordados na Avenida Rio Claro com a Avenida 32, Vila Aparecida, por uma família em desespero.
“A princípio, pensamos ser um roubo em andamento. Geralmente as pessoas ficam nervosas e não conseguem se expressar. Mas quando o CB Hartung perguntou o que estava acontecendo, a mãe, aos gritos, pediu: por favor, salva minha filha”, contou.
O policial relata que a avó desceu do carro chorando e com a pequena recém-nascida nos braços, já branquinha e com o olhar fixo. “Ela estendeu os braços e pediu por favor, dizendo que a menina estava engasgada e não se mexia”, relatou
A ação dos policiais foi determinante para salvar a vida da criança. “A decisão teve que ser rápida, pois já fazia um tempo que a criança estava engasgada”, declarou o PM.
Os pais de primeira viagem, Caroline Ansanello Camargo Nogueira e Bruno Henrique de Lima Nogueira, declararam ao Diário do Rio Claro o momento de desespero. “Foi um desespero, porque a gente não imagina que isso vai acontecer. Logo que ela engasgou, eu fiquei muito nervosa, meu marido tentou reanimá-la, mas ela não estava respirando, saímos de casa, eu fui chorando e rezando para que nada de pior acontecesse”, contou a mãe da pequena Alice, de apenas um mês e quatro dias.
E foi aí que se depararam com os policiais, que os pais consideram os anjos que salvaram a filha. “Logo que encontramos os policiais, foi um alívio por entregar minha filha nas mãos de pessoas responsáveis”, disse Caroline.
De imediato, os policiais decidiram seguir para um hospital particular mais próximo do local. Enquanto o Cabo Hartung conduzia a viatura, pelo trajeto Ronimagson realizava as manobras de socorro. “Como a viatura estava em deslocamento emergencial, eu, com uma das pernas travava o corpo e, com o mesmo braço que a segurava, apoiava no painel da viatura para não atingir o bebê.
No momento, em linha reta, eu aplicava a manobra de Heimlich (procedimentos de desobstrução das vias aéreas) por três vezes. Na segunda, ela deu um suspiro quente no meu rosto. Não foi fácil, mas neste momento, a sensação foi de alívio.
O policial conta que em pouco tempo, muita coisa passou pela cabeça. “Parece ter sido tão rápido, mas foram os seis minutos mais longos que vivi. Mas, graças ao bom Deus, deu tudo certo e ela não teve sequela nenhuma, acompanhamos até o final”, afirmou.
Ao final da ocorrência, apesar de muita tensão, se tornou, na verdade, um presente aos policiais e, claro, para toda família. “Foi como se ela tivesse nascido de novo, foi a maior alegria de nossas vidas. A melhor sensação do mundo ver minha filha nos braços dos policiais e com vida”, agradeceu a mãe.