Incentivar a cultura da adoção responsável.
Esta é a meta da Diretora do Departamento Animal do Canil de Rio Claro, Giselle Pfeifer. Antes de assumir o cargo, a advogada sempre se destacou atuando como protetora independente na defesa e busca por políticas públicas voltadas aos animais. O amor pelo bichos veio de berço, e só foi crescendo ao ver a dedicação dos pais. “Hoje, eu e minha família cuidamos de 13 cães, todos resgatados da rua ou que foram vítimas de maus-tratos e aproximadamente 30 gatos”, disse.
Em visita ao Diário do Rio Claro, a diretora disse que o Canil Municipal conta atualmente com 140 cães, 20 gatos, um galo, um boi e oito cavalos. Os galos foram apreendidos pela Polícia Militar – os animais eram usados para “rinhas de galo” e alguns já foram doados. O local foi projetado para 80 cães.
Giselle, que assumiu o cargo em maio de 2018, disse que tudo foi reestruturado. “Hoje, temos o setor de alimentação, atendimento veterinário, exames laboratoriais, de cirurgias ortopédicas, vacinação, medicação, através de licitação ou compra direta. Temos tudo que o animal precisa”, ressaltou, deixando claro ainda o papel fundamental do canil, que é um Centro de Reabilitação e Acolhimento provisório.
“Não recolhemos animais saudáveis, de família que não quer mais. Resgatamos aquele animal que está na rua, machucado ou doente, ou vítima de maus-tratos. Ele é levado para o canil, onde recebe o tratamento e quando estiver com a saúde restabelecida, alguém deve adotar. Ressaltando que os cães e gatos adultos adotados no canil saem castrados e vacinados”, salientou.
O resgate é feito, inclusive, no fim de semana, 24 horas, em situações emergenciais ou seja, animais atropelados ou envenenados que precisam de cuidados imediatos.
E pela frente, o desafio de aumentar o número de adoções. “A maior dificuldade é a pessoa ir até o canil e ter a disponibilidade de falar: ‘vou adotar um animal resgatado’. São poucas as pessoas que vão até lá, a maioria quer filhote e são todos adultos, 25% são idosos, aí vão ficando, é muito triste”, observou.
Para ampliar a possibilidade de os animais encontrarem novos tutores, desde junho do ano passado diversos eventos são realizados. “É importante levar o animal para a população ver. Fazemos um evento por mês. E em cada um registramos uma média de três adoções”, destacou.
PROJETOS
Para ampliar o atendimento, Giselle destacou três projetos executivos que devem sair do papel. Um deles é para a construção de mais oito baias para abrigar, em média, mais 20 cães, além do projeto de construção de um gatil. “O canil, hoje, não tem ambiente adequado para os gatos que ficam em espaços adaptados. Dentro de um mês, deve começar a obra”, declarou.
Outro Projeto Executivo é para construção da área de recolha para grande porte. “O departamento de proteção animal apreende, mas não tem um lugar ideal para mantê-los. Resgatamos quando estão em envia pública e podem provocar acidente ou vítimas de maus-tratos.
Levamos para o departamento e o tutor normalmente nos procura, averiguamos se é mesmo o dono, que é orientado e multado. A multa de apreensão está em 133 reais, mais R$ 9,50 a diária. Depois do pagamento, o animal é liberado, fazemos uma ficha de adoção para ficar registrado no departamento, vai para o programa que temos de todos os animais que são adotados, e o tutor assina o termo”, explicou.
Atualmente, o local abriga um boi, três cavalos vítimas de maus-tratos resgatados na rua e outros seis que estavam saudáveis, porém, em via pública. O projeto inclui a construção de 15 baias para animais de grande porte.