O estado de São Paulo está em alerta com a circulação de dengue tipo 2.
Na região de Rio Claro, aparece Piracicaba na lista das 19 cidades onde o sorotipo foi detectado. Segundo o Ministério da Saúde, desde 2006 apenas o sorotipo 1 circulava no estado. Até o dia 15 de janeiro foram registrados 610 casos de dengue, segundo o governo do estado.
Entre as cidades em que o sorotipo foi detectado estão: Andradina, Araraquara, Barretos, Bauru, Bebedouro, Catanduva, Espírito Santo do Pinhal, Indiaporã, Ipiguá, Itajobi, Mirassol, Pereira Barreto, Piracicaba, Pirangi, Ribeirão Preto, Santo Antônio de Posse, São José do Rio Preto, Uchoa e Vista Alegre do Alto.
Em entrevista à Agência Brasil, o infectologista do estado falou da situação “Apesar de não ser ainda a maioria dos casos, ele [dengue tipo 2] está circulando já de maneira mais consistente nos municípios da região de Araçatuba, São José do Rio Preto e um pouco em Ribeirão Preto”, disse o infectologista Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde.
Ele disse que a dengue tipo 2 não é “especialmente pior”. O risco está relacionado à superposição de vírus. “Estava circulando o tipo 1 até agora, e quando circula um tipo e aparece um novo sorotipo do vírus, pode ser 2, 3 ou 4, no caso é o 2, aí pode ter uma evolução para maior gravidade para quem já teve dengue 1”, explicou.
O infectologista disse que não há uma explicação para o início da circulação do novo sorotipo. “É aleatório. Esses vírus circulam no mundo todo. Quando você tem o Aedes [aegypti], que é o nosso caso, se vem uma pessoa que está com dengue 2 ou 3 e ela é picada pelo vetor, pode replicar esse vírus”, explicou. A melhor forma de prevenção, portanto, independentemente do sorotipo, é evitar a proliferação do mosquito.
RIO CLARO
Segundo dados da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro, o município registrou em todo o ano passado 26 casos de dengue, cinco de chikungunya e nenhum caso de zika vírus.
Até o momento, neste ano foram registrados três casos de dengue, nenhum caso de chikungunya e nenhum de zika vírus.
Desde 2005 circulam em Rio Claro os sorotipos 1 e 4 do vírus, de acordo com o setor de saúde.
ALERTA
A mais recente Análise de Densidade Larvária (ADL) realizada pelo Centro de Controle de Zoonoses de Rio Claro mostrou um índice de densidade de 1.2, pouco acima do registrado na análise feita em julho, de 1.1. Para o setor, esse número, que representa estado de alerta ao município, reforça a importância da participação da comunidade no combate à dengue. Sobre o Tipo 2, a Fundação de Saúde informou que a evolução desse tipo de vírus é mais grave em pessoas que já contraíram outros sorotipos da doença.
“Semanalmente realizamos os mutirões de combate ao Aedes aegypti em bairros do município. Na ação, os agentes do CCZ fazem visitas casa a casa para eliminar potenciais criadouros, bem como orientar a população. Em Rio Claro, normalmente essas ações ocorrerão todos os sábados em toda a cidade, com retorno dos agentes durante os dias úteis para visitas aos imóveis que não puderam vistoriar aos sábados”, informou a Fundação de Saúde.
ORIENTAÇÕES
Entre as principais recomendações para o combate ao Aedes estão manter bem tampados caixas, tonéis e barris de água; colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira sempre bem fechada; e não jogar lixo em terrenos baldios. Garrafas de vidro ou plástico, se guardadas, devem ser mantidas sempre com a boca para baixo, e não se deve deixar a água da chuva acumular sobre a laje ou em calhas entupidas.
Os pratinhos ou vasos de plantas devem ser preenchidos com areia até a borda e, em casos de armazenamento de pneus velhos em casa, toda a água deve ser retirada e os pneus mantidos em locais cobertos, protegidos da chuva. Frequentemente, é necessário limpar as calhas, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água e os recipientes utilizados para guardar água, pelo menos uma vez por semana, devem ser lavados com água e sabão. Além do uso de repelentes.