Segundo o secretário de Mobilidade Urbana de Rio Claro, Marco Antonio Bellagamba, a cidade de Rio Claro estuda a adoção de pagamento de área azul com cartões de débito e crédito.
Bellagamba afirmou que o assunto já foi discutido. “Já fizemos a solicitação. Inclusive, isso foi motivo de reunião com a diretoria da empresa e ficaram de retornar em março com uma posição mais concreta”, afirmou ao Diário do Rio Claro.
O assistente administrativo Reinaldo Gonçalves de Oliveira, da cidade de São Paulo, estava em Rio Claro e, sem moedas, enfrentou dificuldade para retirar o ticket da área azul. “Estou já há um tempo aguardando algum monitor, pois estou apenas com nota e não consegui fazer a troca do dinheiro”, disse avaliando ainda as alternativas.
O tapeceiro Jailson da Silva Martins utilizou moedas, mas concorda que nem todo mundo conta com o recurso. “Seria bom ter a alternativa, sim”, disse.
Já o aposentado Orlando Vieira Gonçalves recorre ao cartão recarregável, porém, admite ser bem-vinda uma nova alternativa. “Ninguém tem moeda e não precisaria recarregar. Pagar com cartão de crédito ou débito é bem melhor”, analisou.
Porto Alegre implantou e deu certo.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o novo modelo de Área Azul já oferece a opção para atender à necessidade dos usuários. Os novos parquímetros, que estão em operação em várias regiões da cidade, recebem pagamentos por cartão de crédito, débito, aplicativo, as tradicionais moedas, além da possibilidade de compra em pontos de venda.
“Os equipamentos, mais modernos, trouxeram a possibilidade do uso de cartões de crédito, débito e aplicativo de celular para pagamento da área azul, que antes só aceitava moedas”, disse o diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti.
Conforme informou ao Diário do Rio Claro a assessoria de imprensa da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que administra o serviço, ao final da implantação, que deve ocorrer em março, a cidade vai contar com 220 parquímetros com 4,2 mil vagas gerenciadas de maneira digital.
Conforme dados da (EPTC), no primeiro mês de funcionamento 81% dos pagamentos no período foram feitos diretamente no parquímetro. Desses, 79% foram em moedas e 21% com cartões de débito e crédito. As outras formas de pagar pela área azul, feitas fora do parquímetro, somam 19% do total de vendas. A EPTC avalia de forma positiva o primeiro mês de operação dos novos parquímetros.
Apesar de a maioria dos pagamentos ainda ser feito com o modelo tradicional, a tendência é de que, aos poucos, as pessoas comecem a se adaptar com os novos métodos.
ESTAPAR RIO CLARO
Consultada, a empresa Estapar, responsável pelo serviço em Rio Claro, disse que com o intuito de auxiliar os motoristas devido à falta de moedas, os agentes da empresa saem diariamente com cartão com crédito.
Salientando que a empresa oferece aos usuários outras duas opções de pagamento: aplicativo Vaga Inteligente, disponível gratuitamente para download nas plataformas IOS e Android, e cartão recarregável, que pode ser solicitado na Central de Atendimento ao Usuário (Rua 2, nº 1.625) ou aos agentes da Estapar. Além disso, em todos os parquímetros, consta o telefone da Central de Atendimento para, se houver necessidade, solicitar um agente.
FALTA DE MOEDA
E por falar em moedas, elas continuam escassas no mercado. Claro que o motorista sofre com a falta para o pagamento nos parquímetros. “Moeda, para mim, não existe. Se pudesse pagar com cartão de crédito ou débito, seria bem mais fácil”, disse o assistente administrativo Reinaldo Gonçalves de Oliveira.
Elas são tão difíceis de aparecer (e em todos os valores) que tem prejudicado os comerciantes que fazem de tudo para que o cliente facilite o troco, mas nem sempre conseguem sucesso. Uma drogaria localizada no Centro de Rio Claro até colocou um cartaz já avisando aos motoristas que não fazem a troca de cédulas por moedas para utilizarem os parquímetros.
“Tem dia que não temos nenhuma moeda no caixa, de nenhum valor. A gente também não consegue trocar em lugar nenhum. Então, não conseguimos ajudar os motoristas”, disse a gerente do local, também analisando como positivo o uso de cartão de crédito e débito para o pagamento de área azul.
Alguns comerciantes alegaram ao Diário do Rio Claro que, antes, conseguiam fazer a troca de cédulas por moedas na própria empresa da Estapar. Questionada, a empresa não confirmou se parou de fazer a troca com os estabelecimentos e nem o destino das moedas recolhidas pela empresa.
Segundo o Banco Central, cerca de 35% de moedas emitidas no país desde 1994 estão fora de circulação, o que representa aproximadamente R$ 1,4 bilhão. Em 2017, a produção de moedas foi de 670 milhões.