Sob vaias e gritos de protesto, os vereadores aprovaram em primeira discussão nessa quinta-feira (27), o Projeto de Lei Complementar nº 36/2025 que concede reajuste salarial de 4,56% aos servidores públicos municipais de Rio Claro. O PLC retorna ao plenário para segunda votação nesta sexta-feira (28), em nova sessão extraordinária marcada para as 15h30.
A proposta foi aprovada por 14 votos favoráveis e três contrários de Moisés Marques (PL), Rodrigo Guedes (União Brasil) e Tiemi Nevoeiro (Republicanos). Antes da votação, o projeto teve dois pedidos de vista rejeitados: um de 20 dias proposto por Moisés e outro de 4 dias de autoria de Rodrigo e Tiemi.
Na Tribuna Livre, Moisés Marques manifestou seu posicionamento contra a proposta de reajuste ao funcionalismo. “O aumento de 4,56% está abaixo da inflação, isso decorre da falta de gestão e de gastos com obras que não terminam nunca, contratos altos e renegociações, enquanto no essencial, que é a valorização dos servidores, impõe esse percentual”, criticou o parlamentar, que pontuou ainda “a falta de empenho do sindicato” em lutar pela categoria.

Na mesma linha se manifestou a vereadora Tiemi. “Não estou aqui para defender direita ou esquerda. O que defendo é o retorno dos impostos que pagamos, que não é pouco, e a gente não vê isso se transformar em qualidade nos serviços. O país atravessa uma instabilidade financeira com alta diária de preços, e como vamos garantir um pouco de dignidade para nossos servidores com 4,56% de aumento?”, questionou Tiemi destacando que Santa Gertrudes deu 12,5% de reajuste. “Rio Claro tem boa arrecadação tributária, mas investe mal os recursos”, concluiu.
Para Rodrigo Guedes, o pedido de vista que propôs daria um pouco mais de tempo para uma nova tentativa de diálogo. “Parece que o prefeito não quer conversar com os servidores que não são sua prioridade. Está dando 4,56% de aumento porque quebrou a cidade com endividamento, venda de patrimônio público e sucateamento dos serviços”, declarou.
O vereador Rafael Andreeta (Republicanos) comentou que o aumento de 4,56% é “péssimo” e não valoriza a categoria. Porém, ele ressaltou a necessidade de aprovar o índice para não correr o risco de ficar sem reajuste. “O índice é discutido entre prefeitura e sindicato, eu queria dar 8%, mas o projeto subiu pronto e não há o que fazer. Ou pega os 4,56% ou não pega nada”, defendeu.

Após as manifestações, o projeto foi colocado em votação e aprovado pelos vereadores. A segunda votação será realizada hoje, às 15h30, em sessão extraordinária.
Reestruturação de cargos
Na sessão esta quinta-feira deu entrada na Câmara dois projetos enviados pelo Executivo. Ambos estabelecem mudanças na estrutura de cargos da prefeitura. O Projeto de Lei Complementar nº 37/2025 trata da reestruturação dos cargos de secretários municipais, dos cargos em comissão, das funções de confiança e funções gratificadas da prefeitura.
Já o Projeto de Lei Complementar nº 38/2025 institui a nova estrutura organizacional e administrativa no âmbito da administração direta do município.
Por Ednéia Silva