
Olá, Geekers amados!
Como vocês estão?
Obrigado a você que está sempre lendo e prestigiando essa coluna.
Diante de tanta “coisa” acontecendo atualmente no “mundo”, resolvi falar sobre um assunto que influencia globalmente a tudo e a todos. Estou falando do nosso amigo estadunidense Donald “Lôco” Trump, que nos assusta a cada noite mal dormida dele, quando resolve atacar algum de seus “inimigos” comerciais ou não, para ir em frente com seu mega plano “MAGA” – Make America Great Again.
Particularmente, estou me referindo às sanções econômicas impostas ao Canadá, parceiro de antiga, mas agora inimigo do crescimento americano (vai entender). Acredito que sempre houve um pequeno “ciúmes” do Canadá, mas isso é assunto para outro local.

Donald “Lôco” Trump, sobretaxou em 25% o aço e alumínio importados do Canadá, fazendo com que se iniciasse uma verdadeira “guerra” comercial entre os países.
O Canadá, para não ficar para trás, sobretaxou também vários produtos importados dos USA, também em 25%.
Toda essa “movimentação”, gerou um fenômeno ufanista dentro do Canadá, que fez com que as pessoas começassem a “boicotar” produtos americanos. – “Se é americano, fica na prateleira, se é canadense, vai pra sacola.
Em tempo: Na literatura, o ufanismo refere-se à exaltação exagerada das virtudes e valores de uma pátria ou identidade nacional, destacando aspectos como cultura, história, conquistas e contribuições de uma nação, cultura ou povo, e é geralmente associada ao patriotismo exacerbado.
Junto com esse “sentimento” dos cidadãos canadenses, veio também o ressurgimento de um dos principais super-heróis da terra do “Maple Syrup”, (xarope de bordo) o Captain Canuck, que tem como símbolo no peito, a folha da árvore de bordo “maple”, que é símbolo nacional.

Vamos conhecer um pouco mais sobre esse super-heróis até então “desconhecido”.
O Ressurgimento do Capitão Canuck: O Herói Canadense que Enfrentou a Política Global
Nos últimos anos, a tensão política entre Canadá e Estados Unidos gerou um renascimento inesperado de um herói nacional: o Capitão Canuck. Criado em 1975 por Richard Comely e Ron Leishman, o personagem sempre representou o espírito patriótico canadense, mas sua recente reinterpretação reflete desafios contemporâneos enfrentados pelo país. Com as sanções impostas por Donald Trump ao Canadá, o herói ressurgiu como símbolo de resistência, reacendendo o interesse do público por sua história e legado.
O Nascimento de um Ícone Canadense
O Capitão Canuck surgiu em um período de efervescência cultural e de identidade para o Canadá. Durante os anos 1970, os canadenses buscavam afirmar sua identidade própria, muitas vezes ofuscada pela influência dos vizinhos americanos. Richard Comely, um jovem quadrinista, decidiu criar um super-herói que representasse os valores canadenses de coragem, justiça e patriotismo. Assim nasceu Tom Evans, um agente secreto que ganha habilidades sobre-humanas após um contato com alienígenas e passa a atuar como defensor do Canadá em um futuro onde o país se tornou uma “superpotência global”.
A primeira edição da HQ foi publicada pela Comely Comix, e o herói logo chamou a atenção por seu traje vermelho e branco, enfeitado com a icônica folha de bordo. Diferente de seus equivalentes americanos, como o Capitão América, o Capitão Canuck sempre refletiu um senso de responsabilidade social e diplomática, enfatizando a necessidade de colaboração e respeito entre nações.

Sua narrativa se diferenciava dos quadrinhos tradicionais de super-heróis ao incorporar elementos da política internacional e da geopolítica canadense.
Além disso, o Capitão Canuck se destacou como um dos primeiros super-heróis canadenses verdadeiramente originais, e sua criação foi um marco para a indústria de quadrinhos do país. Até então, os leitores canadenses consumiam, em sua maioria, quadrinhos importados dos Estados Unidos, mas a chegada do Capitão Canuck mostrou que o Canadá também poderia ter seus próprios ícones heroicos.
As Múltiplas Faces do Capitão Canuck ao Longo das Décadas
Com o passar dos anos, o personagem passou por diversas reformulações, cada uma refletindo um momento específico da história do Canadá e da indústria de quadrinhos.
Anos 1970-1980: A fase original mostrou um Capitão Canuck em um futuro alternativo onde o Canadá era uma “superpotência global”. As histórias tinham um tom otimista e fortemente nacionalista.
Anos 1990: Surge Darren Oak, uma nova versão do herói em “Captain Canuck: Reborn”, enfrentando conspirações e ameaças globais. Esse período marcou uma tentativa de modernizar o personagem para um novo público, adotando um tom mais sombrio e realista.

Anos 2000: Na minissérie “Captain Canuck: Unholy War”, o policial David Semple assume o manto, enfrentando uma gangue de motociclistas. Essa versão trouxe um tom mais urbano e realista ao personagem, aproximando-o do estilo das HQs modernas.
2015: O herói foi revitalizado pela editora Chapterhouse, trazendo uma nova roupagem para Tom Evans, tornando-o um agente de uma organização internacional secreta. Essa “reformulação” modernizou o personagem, conectando-o a temas como terrorismo, espionagem global e cybersegurança.
Cada uma dessas versões trouxe algo novo ao Capitão Canuck, mas sempre mantendo sua essência como um herói canadense comprometido com valores de justiça, igualdade e defesa de sua nação.
Esse caráter camaleônico do herói demonstra sua capacidade de se adaptar a diferentes épocas, mantendo-se relevante para novas gerações de leitores.

Capitão Canuck X Trump: O que impulsionou o ressurgimento recente do Capitão Canuck foi a polêmica em torno das políticas de Donald “Lôco” Trump.
Trump impôs essas “tarifas” a produtos canadenses, alegando que o Canadá representava uma “ameaça à segurança nacional”. Essas sanções geraram revolta e um aumento no sentimento patriótico dos canadenses, reacendendo discussões sobre a identidade e a soberania do país.
Foi nesse contexto que a editora Chapterhouse lançou uma nova HQ onde o Capitão Canuck confronta uma ameaça metafórica inspirada nas políticas de Trump. A história apresenta um Canadá “resiliente”, defendendo seus interesses contra a opressão econômica.

O quadrinho “ressoou” entre os leitores, tornando-se um dos títulos mais comentados do momento. Essa nova abordagem trouxe uma carga política mais evidente ao personagem, consolidando-o como um símbolo de resistência não apenas contra ameaças fictícias, mas também contra “pressões econômicas” e políticas reais.
Os criadores da nova HQ destacaram que a decisão de revisitar o Capitão Canuck em um contexto mais politizado foi intencional. Segundo eles, os quadrinhos têm o poder de provocar reflexões sociais e políticas, e esse renascimento do herói veio para reforçar os valores de soberania e independência do Canadá.
Impacto Cultural
O Capitão Canuck não é apenas um super-herói; ele representa a evolução da identidade canadense e sua resistência frente às adversidades. Seu ressurgimento recente demonstra como a “cultura geek” pode ser um reflexo das dinâmicas políticas e sociais do mundo real.

A identidade canadense, muitas vezes ofuscada pela influência cultural dos Estados Unidos, encontrou no Capitão Canuck um símbolo de orgulho nacional.
Além disso, a nova fase do Capitão Canuck contribui para um maior reconhecimento da indústria canadense de quadrinhos, que historicamente ficou à sombra das gigantes americanas como Marvel e DC.
O sucesso do personagem reacende o interesse por quadrinhos independentes e autores locais, fortalecendo o mercado nacional e incentivando novas gerações de artistas e roteiristas.
O impacto do herói também pode ser visto na crescente presença de sua imagem em convenções de quadrinhos, merchandising e até mesmo campanhas institucionais que promovem o orgulho nacional, com Richard Comely autografando HQs. O Capitão Canuck “transcendeu” as páginas das HQs e se tornou um embaixador não oficial do Canadá moderno.

Novos Rumos e Possíveis Adaptações
Com o crescimento do interesse por representação cultural nos quadrinhos e o sucesso das histórias recentes, é possível que vejamos novas adaptações do Capitão Canuck em outras mídias, como séries e animações. A Chapterhouse já anunciou planos para expandir o universo do herói, possivelmente explorando novos personagens e narrativas que dialoguem com as questões sociais e políticas atuais.
A popularidade crescente dos super-heróis no cinema também levanta a possibilidade de uma adaptação live-action. Se a Marvel e a DC têm seus heróis icônicos dominando as telonas, por que não imaginar um futuro onde o Capitão Canuck ganhe seu próprio espaço na cultura geek pop global?

Seja nas páginas das HQs, nas telas ou no coração dos fãs, o Capitão Canuck continua sua jornada, provando que a bandeira vermelha e branca ainda tremula com força no imaginário coletivo do Canadá.
Gostou, não gostou? Comenta pra gente.
Keep Fun!
Keep Geeking!!
Keep Rocking!!!
Fontes: reditt.com, hollywoodreporter.com, ctvnews.ca, wikipedia.org, levgleason.com, cnnbrasil.com.br, everythingcomics.ca
Gostou? Comentários, dicas, ideias e qualquer coisa que queira falar, mande para geekpopfest@gmail.com
Por Celso Marcondes Filho / Fotos: Divulgação