Os servidores públicos municipal de Rio Claro devem cruzar os braços nesta quinta-feira (27). A categoria pretende realizar uma paralisação parcial em protesto contra o índice de reajuste salarial oferecido pela prefeitura, e também o polêmico projeto de lei em votação na Câmara Municipal que ‘terceiriza” para organizações sociais (OS) a gestão de serviços em várias áreas, incluindo Saúde e Educação.
A manifestação terá início às 9h30 e será realizada em frente ao paço municipal, na Rua 3, entre as avenidas 3 e 5, no Centro de Rio Claro. De acordo com um professor, que preferiu não se identificar, o protesto decorre de interesses diversos como reajuste salarial, melhores condições de trabalho, projeto das OS, entre outras reivindicações.
Com relação à campanha salarial do funcionalismo, o principal impasse é quanto ao índice de reajuste salarial. A prefeitura ofereceu 4,56% que foi rejeitado pelos servidores. A categoria reivindica 8%. Aliás, esse percentual foi defendido por vereadores na sessão de segunda-feira (24).
“Essa briga tem que ser entre prefeito e sindicato, mas tem o nosso apoio. Peço ao prefeito que faça um estudo bem-feito na folha de pagamento para que possa chegar a 8% de aumento e R$ 1.000,00 de vale-alimentação”, defendeu Emilio Cerri (Podemos).
Nessa linha também se manifestou Rafael Andreeta (Republicanos). “Um índice de 4,56% para quem ganha um salário-mínimo é muito pouco, não compra nem um botijão de gás. Santa Gertrudes deu 12,5% e aqui está muito abaixo. A gente cobra dos responsáveis que cheguem a um acordo que não atrapalhe as duas partes”.
Silvado Faísca (PL) também defendeu reajuste de 8% nos salários e vale de R$ 1.000,00, pago igualmente a todos, sem escalonamento. “Temos que valorizar os funcionários públicos porque sem eles o município não anda”, pontuou.
Outro motivo de protesto dos servidores é o Projeto de Lei nº 104/2004, que dispões sobre a qualificação de entidades de fins não econômicos em organizações sociais. O PL ainda autoriza o município a firmar contratos de gestão com essas instituições em diversas áreas, o que está sendo visto como uma espécie de terceirização.
Apesar dos protestos, o PL foi aprovado em primeira discussão pelos vereadores na sessão da última segunda-feira (24), e voltará ao plenário para segunda votação em sessão extraordinária nesta quarta-feira (26), às 16h30. O PL em questão tem parecer contrário do Conselho Municipal de Saúde.
Por Ednéia Silva / Foto: Frame de Vídeo