A mulher contemporânea é multitarefas. É filha, irmã, esposa, mãe, profissional e tantos outros papéis que ocupam todo o seu dia. Desse modo, elas ficam sem tempo para cuidar de si mesmas. Tal fato pode causar prejuízos físicos e emocionais, inclusive a depressão.
“As mulheres precisam encontrar tempo para si mesmas”, alerta a psicóloga Camila Barsotti que falou sobre a saúde mental da mulher moderna em entrevista ao programa Diário de Manhã nesta segunda-feira (10).
De acordo com ela, a mulher tem a capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, e isso se torna um problema quando ela esquece de si mesma. “Vejo muito na clínica mulheres como mães, irmãs, esposas e filhas, fazendo tudo no automático, e no fim do dia elas têm uma sobrecarga emocional e física, e não tem mais espaço para preencher o viés pessoal, que é ela mesma”, observa Camila. Segundo ela, isso gera autossabotagem e muitas vezes a síndrome da impostora.
Sem contar que existe uma cobrança social muito grande para que a mulher assuma alguns papéis oriundos da herança cultural: mãe e esposa. Quem não atende a essa regra se cobra, e também é cobrada pelos outros. “Temos uma quantidade enorme de mulheres que não querem ser mães e são atacadas por isso. A mulher perde a sua identidade por conta da sociedade que diz que ela tem que ser mãe e esposa, e isso gera angústia”.
Para Camila, o relacionamento é uma partilha, uma troca, mas geralmente as tarefas do lar e o cuidado com os filhos recaem sobre elas. Com isso, a mulher não consegue tirar um tempo para si. “Ela não se sente confortável e não se reconhece no ócio, como se fosse um desrespeito se dar um tempo”, comenta Camila.
Além disso, observa Camila, atualmente hoje existe uma questão muita séria que é a comparação, especialmente com celebridades que seguem pelas redes sociais. “Acho bacana as pessoas mostrarem fotos na internet, mas não acredite em tudo o que vê, pensa e sente, porque essa não é realidade e a comparação causa prejuízos enormes, principalmente para essa nova geração que precisa ser perfeita e não pode ser rejeitada. Todos esses conceitos de comparação são extremamente nocivos”.
A psicóloga alerta sobre a necessidade de abandonar alguns conceitos. “As pessoas precisam se questionar: essa crítica com a minha aparência, é minha ou é emprestada? As pessoas sofrem muito com coisas emprestadas dos outros, daí a importância do autoconhecimento, olhar para quem você é. Aprendemos a pensar de algumas maneiras desadaptativas que não ajudam em nada e causam sofrimento e distorções cognitivas”, afirma Camila que atende de forma remota (on-line) e pode ser encontrada pelo Instagram: @psicamilabarsotti.
A entrevista com a psicóloga Camila Barsotti, na íntegra, pode ser vista pelo link https://www.youtube.com/watch?v=h37E3W_D1mA. O programa Diário de Manhã vai ao de segunda a sexta-feira, a partir das 8h, com transmissão ao vivo pelo Facebook e YouTube do Diário do Rio Claro.
Por Ednéia Silva / Foto: Frame de vídeo
