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Olá, Geekers amados!
Como vocês estão?
Obrigado a você que está sempre lendo e prestigiando essa coluna.
Hoje vamos falar sobre um super-herói que fez sucesso, mas não tão unânime assim, mas que emplacou o “pior filme de super heróis da história”, e não é nem da DC e nem da Marvel, e veio dos “bonequinhos”.
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No panteão dos super-heróis, poucos personagens tiveram uma trajetória tão variada e, ao mesmo tempo, tão marcada por altos e baixos quanto Max Steel. Recentemente, um artigo do IGN Brasil trouxe à tona um marco inglório: o filme live-action de Max Steel (2016) foi coroado como o “pior filme de super-heróis da história”, com impressionantes 0% de aprovação no Rotten Tomatoes e uma coleção de adjetivos nada lisonjeiros como “confuso”, “entediante” e “sem alma”. Mas como um personagem que já brilhou em animações, quadrinhos e brinquedos chegou a esse ponto? Para entender o fiasco do filme, revisitamos a história de Max Steel e comparamos a outros heróis adolescentes de diferentes épocas, como Ben 10, Johnny Quest e Danny Phantom, analisando o que deu certo – e o que deu terrivelmente errado.
A Origem: Um Herói Nascido dos Brinquedos
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Max Steel surgiu em 1999, criado pela Mattel como uma linha de action figures para competir no mercado dominado por nomes como G.I. Joe e Transformers. A premissa era simples, mas cativante: Max McGrath, um adolescente comum, descobre que seu corpo pode gerar energia “Tachyon” após um acidente envolvendo tecnologia alienígena. Ele se une a Steel, um pequeno robô extraterrestre, formando o herói Max Steel, equipado com armaduras e habilidades tecnológicas.
Era uma fórmula perfeita para o público jovem: um garoto comum ganhando poderes extraordinários, com um toque de ficção científica e um parceiro carismático.
Para dar vida ao personagem, a Mattel investiu em uma série animada em CGI lançada em 2000. Exibida no Brasil pelo Cartoon Network e pela Globo, a animação original (Max Steel, 2000-2002) trouxe aventuras globais, vilões exagerados e um visual futurista que conquistou uma geração.
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Em Tempo: CGI = Computer generated Imagery, ou seja, imagens geradas por computador. Tipo de tecnologia muito utilizada no início dos anos 2000, para criar visuais digitais e animações.
Aqui, Max era um agente secreto da N-Tek, enfrentando ameaças como o vilão Psycho ou o traiçoeiro Dread. Apesar de não alcançar o status de ícones como X-Men ou Liga da Justiça, a série tinha um charme próprio e um apelo que ressoava com fãs de ação e tecnologia.
Múltiplos Formatos
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O universo de Max Steel não parou por aí. Nos anos seguintes, ele ganhou quadrinhos publicados pela DC Comics em edições limitadas, que expandiram sua mitologia, e filmes direto para DVD como Max Steel: O Inimigo Está Lá Fora (2004) e Max Steel: Contagem Regressiva (2006), que mantiveram o personagem vivo no imaginário geek. Em 2013, a Mattel relançou a franquia com uma nova animação (Max Steel, 2013-2016), rebootando a história para um público mais moderno. Nessa versão, Max era um adolescente lidando com seus poderes enquanto enfrentava invasores alienígenas, como os Makino. A série, exibida no Disney XD, investiu em animação mais fluida e um “tom leve”, mas nunca alcançou o impacto cultural de concorrentes da época, como Ben 10.
Além disso, Max Steel apareceu em curtas animados, jogos eletrônicos (como Max Steel: Covert Missions para Dreamcast) e até em campanhas promocionais, consolidando-se como um herói versátil, mas nunca um “fenômeno global”. Sua força estava na simplicidade e no apelo comercial, mas faltava-lhe a profundidade narrativa ou o carisma de outros nomes.
O Filme de 2016: Um Desastre Anunciado
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Chegamos, então, ao fatídico filme live-action de Max Steel (2016), dirigido por Stewart Hendler e estrelado por Ben Winchell e Josh Brener (voz de Steel). Com um orçamento modesto de cerca de 10 milhões de dólares, o filme prometia trazer Max para uma nova geração, mas falhou de forma estrondosa. A trama segue Max McGrath descobrindo seus poderes e se unindo a Steel para enfrentar uma conspiração alienígena, mas o resultado foi um desastre narrativo e técnico. Críticas apontaram uma direção sem inspiração, efeitos visuais pobres, diálogos genéricos e uma total “falta de conexão emocional” com os personagens. Onde a animação original tinha energia e ousadia, o filme era apático e confuso. Totalmente, um desastre.
Nem a participação de Andy Garcia salvou o filme.
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O fracasso pode ser atribuído a vários fatores. Primeiro, a falta de ambição: enquanto o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) e até mesmo o Universo DC já dominavam as telas com produções grandiosas, Max Steel parecia um produto deslocado, sem escala ou visão para competir. Segundo, o timing: em 2016, o público já esperava mais de adaptações de super-heróis, e o filme não entregou nem ação empolgante, nem uma história memorável. Por fim, a execução: cortes bruscos
no roteiro, atuações pouco convincentes e principalmente uma campanha de marketing fraca “condenaram” o projeto ao esquecimento. Com apenas 4,8 milhões de dólares em bilheteria mundial, o filme não apenas afundou financeiramente, mas também manchou a reputação da franquia.
Ben 10, Johnny Quest e Danny Phantom
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Comparar Max Steel a outros “heróis adolescentes” ajuda a entender seu lugar no universo geek. Pegue Ben 10, criado em 2005 pela Cartoon Network. Ben Tennyson, (como Max), é um adolescente comum que ganha poderes extraordinários (via Omnitrix) e enfrenta ameaças com ajuda de aliados. Mas Ben 10 triunfou por sua criatividade – a ideia de se transformar em diferentes alienígenas era fresca e expansiva – e por uma narrativa que evoluiu ao longo de várias séries (Alien Force, Ultimate Alien, Omniverse). Max Steel, por outro lado, ficou preso a uma fórmula mais limitada, sem a mesma reinvenção.
Já Johnny Quest, (meu preferido) dos anos 1960, traz um paralelo mais clássico. Johnny, um jovem aventureiro, explorava o mundo com ciência e coragem, enfrentando vilões em tramas que misturavam ação e mistério. Como Max Steel, ele tinha um apelo tecnológico e uma “vibe” de “herói juvenil”, mas pertencia a uma era onde a simplicidade era suficiente. Max Steel tentou atualizar essa essência para os anos 2000 e 2010, mas nunca encontrou o equilíbrio entre nostalgia e inovação que seus concorrentes dominaram.
Outro exemplo é Danny Phantom, lançado em 2004 pela Nickelodeon. Danny Fenton, um adolescente que ganha poderes fantasmagóricos após um acidente com um portal, compartilha com Max Steel a dualidade de ser um jovem comum com habilidades extraordinárias. No entanto, Danny Phantom se destacou por seu humor afiado, desenvolvimento de personagens e uma mitologia sobrenatural que cativou o público. Enquanto Max Steel apostava em tecnologia e ação, Danny usava o elemento fantástico para explorar temas de “identidade e responsabilidade”, algo que o filme live-action de Max nunca soube capturar.
O Legado de Max Steel
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Apesar do fiasco do filme, Max Steel não é um fracasso total como franquia. Suas animações têm um lugar nostálgico no coração de muitos fãs, e a ideia de um herói que combina humanidade e tecnologia ainda tem potencial. O problema do filme de 2016 foi tentar pegar carona na onda dos super-heróis cinematográficos sem entender o que os torna especiais: histórias cativantes, personagens carismáticos e uma visão clara. Além, lógico, de ter que colocar mais a “mão no bolso” e fazer o filme com um investimento muuuito maior. Enquanto Ben 10, Johnny Quest e Danny Phantom encontraram seu espaço em suas respectivas épocas, Max Steel tropeçou ao tentar dar um salto maior do que conseguia.
Como se intitulam certos vídeos no Youtube sobre “Max: O herói esquecido”
É fácil, veja se tem alguém que lembre dele, a não ser jovens de hoje com 18 a 24 anos, que na época do lançamento no mercado, se encantaram com os “bonequinhos”. De resto…..muito difícil alguém dar alguma importância ao herói, ou no mínimo lembrar dele. Ou um Cosplay de Max Steel, alguém já viu?
Max Steel Hoje: Um Herói no Limbo?
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Atualmente, a franquia Max Steel parece ter “caído” em uma espécie de limbo. Após o fracasso do filme de 2016 e o fim da série animada de 2013-2016, a Mattel não anunciou novos projetos significativos para o personagem. A linha de brinquedos, que já foi o coração da franquia, também não apresenta lançamentos consistentes desde o reboot dos anos 2010. A ausência de novidades sugere que a Mattel pode ter arquivado Max Steel, pelo menos por enquanto, talvez esperando um momento mais propício para revitalizá-lo.
Quem sabe em algum “crossover” mucho lôco entre Mattel e Marvel ou DC….já pensou….vixe!!
Ainda assim, o herói mantém uma base de fãs, especialmente em regiões como a América Latina, onde a série original e os filmes direto para DVD deixaram uma marca duradoura. Comunidades online, como fóruns e grupos no Reddit, continuam discutindo o potencial de um retorno, muitas vezes com ideias de reboots mais sombrios ou crossovers criativos. Porém, sem investimento da Mattel ou uma visão clara para o futuro, Max Steel permanece mais como uma memória nostálgica do que uma força ativa no universo geek. Seu destino, por ora, é incerto – um herói que brilhou no passado, mas que ainda não encontrou seu caminho no presente.
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Fontes: br.ign.com, maxsteelbr.fandom.com. starmometer.com, tvtime.com, maxsteelreboot.fandom.com, wikipedia.org, empireonline.com
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Por Celso Marcondes Filho / Fotos: Divulgação