
Acelera Tici: O Paradoxo da ansiedade
A Fórmula 1 de 2025 ainda nem começou, mas a ansiedade já nos consome. A expectativa é palpável como se estivéssemos à beira de um precipício, prontos para saltar em direção ao desconhecido. Os carros ainda estão envoltos em mistério, as equipes guardam seus segredos a sete chaves e os praticamente descartáveis primeiros testes de pré-temporada são apenas miragem no deserto da espera.
Apresentações dos carros? Um vislumbre do que será a máquina que desafiará os limites? Só na semana que vem.
Pré-Testes até agora? A impossibilidade de decifrar, de vislumbrar o potencial oculto com os dados pouco precisos que foram colhidos.
As esperanças, ah, as esperanças! Sempre tão altas, tão vibrantes, como um fogo que teima em não se apagar. Acreditamos em reviravoltas, em zebras improváveis, em um campeonato que desafie todas as expectativas.

E então, o paradoxo. Nem bem a temporada começou, e já somos tomados por outra ansiedade, ainda maior, ainda mais intensa. 2026 se aproxima, a revolução do regulamento promete transformar a F1, aí sim, em algo irreconhecível.
Vamos esquecer, por um instante, de 2025. Nossos pensamentos se voltam para o futuro, para as novas regras, para os carros que se transformarão literalmente. A ansiedade de 2025 se torna um grão de areia em face do tsunami de 2026.
E assim seguimos, de ansiedade em ansiedade, como se a S1 fosse um ciclo infinito (volta após volta como é mesmo, certo?) de expectativas e surpresas. Mas, no fim, é essa montanha-russa de emoções que nos mantém ligados a este esporte que amamos que nos faz vibrar a cada curva, a cada ultrapassagem, a cada milésimo de segundo.

Que o ano de 2025 ofereça, porém, um campeonato emocionante, repleto de disputas acirradas e momentos inesquecíveis, não e mesmo Bortoleto? E que 2026 traga um futuro ainda mais grandioso, com inovações que nos farão questionar os limites que conhecemos.
Isso eu espero, disso tenho certeza, podem me cobrar.
Indo mais a fundo nos pré-testes
O ritual anual de testes de pré-temporada da Fórmula 1 frequentemente desperta uma onda de agitação e especulação, mas seu valor prático está cada vez mais sendo questionado. Testar com carros de dois anos atrás e pneus destinados a temporadas futuras são, para ser franco, um esforço infrutífero para referência de engenharia e desempenho. O principal benefício, isso sim, é familiarizar novos pilotos com suas equipes e os ritmos operacionais da F1.
De uma perspectiva de engenharia, os dados coletados durante esses testes são amplamente irrelevantes. Os modelos de carros mais antigos têm pouca semelhança com as máquinas dessa temporada 2025, e os pneus, programados para uso apenas em 2026, não fornecem insights imediatos sobre os parâmetros de desempenho atuais. Isso torna o exercício um ponto discutível para as equipes técnicas, que são deixadas para trabalhar com dados desatualizados e inconsequentes.

Além disso, o frenesi da mídia em torno desses testes geralmente leva a uma cobertura apenas sensacionalista. Sem notícias substanciais para relatar, a imprensa recorre à interpretação exagerada de dados menores, criando narrativas que não resistem a questionamentos maiores. Essa prática não apenas desinforma os fãs, mas também distrai dos problemas reais que o esporte enfrenta.
A Fórmula 1 deve reconsiderar a estrutura e o propósito dos testes de pré-temporada. O fardo financeiro desses testes é significativo e, em uma era em que as restrições orçamentárias estão mais rígidas do que nunca, essa despesa parece um desperdício. Os fundos alocados para esses testes amplamente cerimoniais poderiam ser mais bem gastos em preparações reais de jovens pilotos ou em inovações que melhorariam o esporte.

Embora os testes de pré-temporada possam servir ao propósito limitado de integração da equipe, sua utilidade mais ampla é altamente questionável. A F1 deve evoluir para garantir que os recursos sejam usados de forma mais eficiente e que o esporte permaneça focado em avanços significativos de desempenho em vez de práticas ultrapassadas que servem apenas para alimentar o sensacionalismo desnecessário da mídia.
Ninguém esquece a primeira vitória
Seja o esporte ou o momento da vida que for a primeira conquista tem um sabor especial. Nas pistas, ao passar dos anos, essas conquistas vão ficando cada vez mais sonhadas, dependendo de onde elas acontecem: em circuitos icônicos como Mônaco, Monza, Spa e em provas marcantes como a primeira de todas, GP de F1, 24 Horas de Le Mans,
Assim é que ano após ano a esperança vai se renovando e colocando à prova a determinação, muito mais do que o talento ou a oportunidade de cada piloto.
O ano de 2025 começou muito bem para o Automobilismo brasileiro em duas pistas internacionais emblemáticas, duas provas e duas vitórias. 24 Horas de Daytona com Felipe Nasr e 12 Horas de Bathurst, essa inédita.

Foi no Circuito de Mount Panorama (6,213 km não permanente), na cidade de Bathurst, 200 km a oeste de Sidney, Austrália, que o brasileiro Augusto Farfus colocou, pela primeira vez, a bandeira do Brasil no mais alto do pódio na prova das 12 Horas. O curitibano Augusto sempre fiel à BMW e dessa vez acompanhado pelos irmãos Sul-africanos (Kelvin e Sheldon) Van der Linde venceu na dobradinha da BMW. É como dissemos, a primeira vitória de um brasileiro nesse circuito espetacular, que assistiu de sobra, ao Daniel Serra terminar em 4º lugar na geral com a sua Ferrari.
Começo com o pé direito no fundo nesse começo de 2025 é fato!!.
Na semana que vem vamos poder ver a cara e o jeito (ou será que só vamos ver os patrocinadores e as pinturas novas?) de alguns dos novos carros de 2025. Então vamos colocar a ansiedade em ponto-morto e começar a curtir uma ótima F1 2025 sob a sombra de 2026!
Por Ticiano Figueiredo / Foto: Divulgação