Promessa de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou que pretende editar o decreto que garante posse de armas ao cidadão até na próxima semana. A proposta parece ter agradado profissionais de diversos setores da sociedade.
O Centenário ouviu alguns munícipes de diferentes áreas que se declararam favoráveis à posse, além de ressaltarem que é uma forma de defesa frente à criminalidade crescente no país.
O atirador e responsável pela academia associação Rio-clarense de Karatê, Ari da Silva Mello Filho foi taxativamente favorável. Em entrevista, ele contou que no mês de novembro de 2018 sofreu uma tentativa de assalto, mas que se safou em função de possuir uma arma de fogo devidamente registrada em sua residência. “Se eu não tivesse me defendido, teria sido atacado”, declarou.
Ari foi empresário do ramo de vendas de armas de 1988 a 2004, quando viu seu comércio minguar devido ao Estatuto do Desarmamento. “Tinha lojas em Rio Claro, Limeira e Ribeirão Preto. Chegamos a empregar cerca de 20 funcionários, mas depois do Estatuto todas as lojas sentiram os efeitos e tiveram que fechar as portas. Mas as armas continuaram nas mãos dos bandidos”, relatou.
Ele concorda com a posse para o cidadão “comum” e defende o porte para atiradores credenciados. “A posse é para sua casa, seu trabalho. Sou favorável, porque a polícia não dá conta de oferecer proteção a todo mundo. E é muito grande o volume de bandidos”, enfatiza.
“O governo cobra pela segurança, não dá segurança para os cidadãos e não deixa você ter sua própria segurança”, critica.
RIGOR
O ex-militar Alexandre Ribeiro também é favorável à posse de arma de fogo e destacou o rigor para obter a autorização de uma pistola.
“Sou a favor do porte e posse de arma de fogo, porque sei o quanto é rigoroso para cumprir os requisitos para tirar a documentação”, esclarece.
Ribeiro acredita que a prática de desarmamento, em vigor no país desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), é uma prática de governos tiranos. “A ditadura começa desarmando a população, assim como uns países comunistas que já estão fazendo isso”, explica.
Para ele, da mesma forma que o cidadão tem o direito de ir e vir, deve ter o direito de se defender e defender sua família.
VIOLÊNCIA
Para a recepcionista Alessandra Mahas, a posse de armas para o cidadão sem atecedentes criminais e devidamente registrada nos órgãos competentes vai reduzir a criminalidade. “Sou a favor do decreto e acredito que vai diminuir a violência”, enfatizou.
Questionada se como cidadã ela teria uma arma de fogo em casa, foi taxativa: “sim”.
O músico Rafael Missano Gazana acredita que a mudança vai colocar o cidadão em uma posição de segurança diante da iminência de um assalto, por exemplo. “Só bandido anda armado e o cidadão de bem tem o direito a se defender”, acredita.
MEIO A MEIO
A tosadora de pets Suellen Fabiane de Brito analisa que o decreto que flexibiliza o porte é positivo, se considerar a ação dos criminosos que cresce a cada dia. “Do ponto de vista que os criminosas estarão sempre armados, independente do porte ou não, é bom, pois estaríamos preparados para qualquer ‘ataque’. Mas, por outro lado, é ruim, já que poderia causar mortes dentro de casa”, disse, referindo-se a conflitos entre casais ou com vizinhos.
“Nos EUA é liberado, mas para um país com a estrutura que o Brasil tem, não sei se daria certo”, finaliza.