Os banhistas estão proibidos de acessar a área de banho do Balneário Santo Antônio, conhecido como Represa do Broa, localizado no município de Itirapina. A medida temporária consta do Decreto Municipal nº 4.268, de 27 de janeiro de 2025, publicado no Diário Oficial do município na segunda-feira (27). A prefeitura tomou a medida após o registro de ataques de piranhas a banhistas na represa no último fim de semana. Seis pessoas ficaram feridas, sendo cinco adultos e uma criança.
De acordo com o decreto, a situação oferece “grave risco” à integridade física de banhistas e frequentadores do local. Diante disso, a proibição de acesso visa “preservar a segurança e o bem-estar da população local e dos turistas que frequentam o município”.
Os moradores e turistas devem ficar atentos aos limites com acesso interditado. Conforme o decreto, “a interdição abrange toda a extensão da área destinada a banhos na represa, incluindo pontos de entrada frequentemente utilizados por banhistas”.
Em nota publicada nas redes sociais, a prefeitura alertou a população de que “os ataques das piranhas podem impactar não apenas aqueles que visitam a represa, mas também os residentes nas proximidades”. Além disso, informou ainda que “medidas de manejo e controle ambiental estão sendo planejadas para reduzir esses riscos”. Enquanto isso, a orientação é para que os moradores e turistas respeitem a interdição e acompanhem as atualizações sobre a situação.
Em vídeo divulgado nas redes sociais da prefeitura de Itirapina, o biólogo Fernando Magnani fala sobre o assunto. Segundo ele, os ataques de piranhas ocorreram na mesma região onde recentemente pescadores capturaram piranhas amarelas. Portanto, é possível que as mordeduras nos banhistas tenham sido feitas por peixes dessa espécie.
Conforme Magnani, essa espécie é encontrada em várias bacias hidrográficas brasileiras, mas não é nativa da região. “A piranha amarela não é natural da região, e se está realmente instalada é uma espécie invasora nativa. Ela pode ter sido privilegiada por recentes alterações ambientais que ocorreram na região da represa como, por exemplo, a introdução de espécies exóticas como tucunaré e tilápia. Esses peixes tendem a ser mais prolíficos, se reproduzem mais rapidamente, e ocupam mais o ambiente”, explicou o biólogo.
De acordo com ele, os acidentes ocorrem porque o banhista entra na área onde os peixes estão fazendo sua edificação e eles se defendem com mordeduras. “O tipo de mordedura registrado é característica de defesa de território, do tipo sai pra lá que esse território é meu”, pontua
Ele acredita que a situação será resolvida em breve. “Com as medidas que a prefeitura está tomando e com a saída da época reprodutiva, é provável que esses acidentes se tornem muito raros ou deixem de acontecer”, conclui o profissional.
Por Ednéia Silva / Foto: Reprodução/Rede Social