O mestre em econophysics, docente e consultor financeiro Edilson Fernandes de Souza comentou sobre o aumento do salário mínimo para R$ 998, que ficou abaixo do previsto no Orçamento da União projetado para R$ 1.006.
De acordo com Souza, o motivo do salário ter ficado abaixo dos R$ 1.006 foi a previsão da inflação de 2018, que ficou abaixo do previsto. “Quando foi decretado por Michel Temer (MDB), em agosto do ano passado, ele tinha colocado o salário em R$ 998 e a projeção dava R$ 1.006, porém, a inflação de 2018 ia ficar abaixo do que tinham previsto. Por esse motivo o Jair Messias Bolsonaro decretou o valor atual”, enfatizou.
FÓRMULA
O consultor disse ainda que a fórmula para o salário mínimo é bem básica. “O reajuste do salário mínimo tem uma fómula que considera o resultado o PIB de dois anos antes e a variação da inflação, que é medida pelo INPC do ano anterior. Através disso, eles estimam o quanto está defasado o salário mínimo e fazem o reajuste”, esclarece.
GASTOS
Souza disse ainda que o aumento gera gastos para o governo, já que o salário base do INSS, para aposentados, é pago sobre o mínimo. “ O aposentado não pode receber menos que um salário mínimo, que é o piso do INSS. Então, com esse aumento, as despesas do governo serão impactadas em um valor bem alto. A estimativa é que a cada um real de aumento no salário gera um incremento de cerca de 300 milhões nas despesas do governo”, diz.
SOLUÇÃO
O economista disse ainda que aumentar o salário mínimo sem prejudicar os cofres públicos é uma tarefa díficil. “Qualquer ato feito para ajudar a população acaba acarretando gastos. Uma coisa que o governo vai tentar fazer é segurar a inflação, que é o que tenta há anos.
Segurando a inflação, automaticamente os produtos não terão aumentos expressivos, então, qualquer aumento no salário vai impactar muito menos nas despesas do governo”, sugere.
Outra medida sugerida por Souza é a diminuição da carga tributária. “As pessoas teriam maior poder de compra e o governo ganharia na quantidade na arrecadação. Hoje, as pessoas acabam comprando menos e pagando mais impostos, sendo que se o valor dos produtos fosse menor elas consumiriam mais e os impostos pagos seriam os mesmos ou até maior, devido à quantidade. Essa seria uma medida inteligente que o governo poderia aplicar para continuar com suas receitas e diminuir o desemprego”, finaliza.