A campanha Dezembro Vermelho marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
Neste Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde apontam boa notícia: a taxa de detecção de Aids vem caindo no Brasil desde 2013. Os números são do boletim de 2023 com dados relativos ao ano de 2022.
De acordo com o levantamento, de 1980 até junho de 2023, a taxa apresentou queda de 20,8%, passando de 21,6 em 2012 para 17,1 casos/100 mil habitantes em 2022. Apesar do decréscimo de casos, a faixa etária de 60 anos ou mais, apresentou um aumento de 20,3% no número de ocorrências da doença quando comparados os anos 2015 e 2022.
Transmissão
A transmissão do vírus do HIV acontece, principalmente, por relações sexuais desprotegidas com pessoa soropositiva, pelo compartilhamento de objetos perfurocortantes contaminados (como agulhas e alicates) e através da mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Cabe destacar que ser portador de HIV (vírus) e ter Aids (doença) são condições diferentes. Uma pessoa soropositiva pode viver anos sem desenvolver a doença. No entanto, podem transmitir o vírus. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. A forma mais eficaz de prevenção é o uso de preservativos em todas as relações sexuais (oral, vaginal e anal), já que o sexo é uma das maiores causas de infecção da doença.
Metas da ONU
Na última quinta-feira (28), o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil alcançou mais uma meta de eliminação da Aids como problema de saúde pública. Em 2023, o país diagnosticou 96% das pessoas estimadas de serem infectadas por HIV e não sabiam da condição sorológica. Os dados são do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e a aids (Unaids). O percentual é calculado a partir da estimativa de pessoas vivendo com HIV.
Para acabar com a aids como problema de saúde pública, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% em supressão viral, ou seja, com HIV intransmissível. Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance.
Em 2023, o Ministério da Saúde já havia anunciado o cumprimento da meta de pessoas com carga viral controlada (95%). Agora, novos dados mostram que ano passado o Brasil subiu seis pontos percentuais na meta de diagnóstico das pessoas vivendo com HIV, passando de 90% em 2022 para 96% em 2023. Com isso, é possível afirmar que o Brasil cumpre duas das três metas globais da ONU com dois anos de antecedência.
Foto: Divulgação/Governo de SP