A história começou com Maria Martins Gomes e Vicente de Souza, que já não estão mais por aqui, porém, deixaram o exemplo da união para os filhos.
Outros sentimentos também ficaram e são passados de geração para geração. Entre eles, o prazer e alegria de comemorar o nascimento de Jesus: o amor pelo Natal. “A data, para mim, é muito especial. Desde criança, éramos bem pobres financeiramente, mas o Natal sempre foi de alegria. Morávamos no sítio, vinha parente de São Paulo, Minas Gerais e mesmo com poucas condições, numa casa pequena, não faltavam festa e alegria”, conta Neli Gomes de Souza, uma da filhas.
A tradição de reunir a família segue ano após ano. Só com os filhos que formaram suas famílias, são 24 anos. “Sempre nos reunimos e, desde 1994, eram os filhos com esposas e maridos na casa da dona Maria e do senhor Vicente, depois chegaram os netos, bisnetos”, conta a empresária Patrícia dos Santos Carolino, casada com Vanderlei de Souza, um dos filhos de Maria e Vicente.
O casal teve nove filhos e hoje teria 16 netos e quatro bisnetos. “Para mim, o Natal sempre foi reunião com muitas pessoas queridas. Sempre tive como referência que a origem do Natal é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo, que significa família, amor, amizade, perdão”, analisa Hilda Gomes de Souza Gonçalves.
Alguns partem, outros chegam e a decisão é sempre a mesma: de ficarem unidos. O número foi crescendo e mais gente se aproximando, agora, primos e amigos mais próximos também compartilham da ceia na noite de Natal. Em média, umas 50 pessoas. “A mãe era tudo no lar: forte, sempre com palavras amorosas. A perda mexeu com todos, mas uma das filhas, a mais velha, Maria Aparecida de Souza Bonatte, disse: não vamos parar. Não é porque perdemos a mãe que vamos nos separar. Foi onde continuamos”, relata Patrícia.
Com muito mais participantes, passaram a alugar espaços para acomodar a todos. E se ceia de Natal tem presente, a alternativa foi lançar o famoso amigo secreto. “Como a família é grande e não dava para comprar presente para todo mundo, sugerimos o amigo secreto para todos ganharem alguma lembrança. Cada um também leva um prato para a confraternização”, explicou a empresária.
A data, hoje, remete a lembranças dos que já partiram. “A festa é cada vez maior e, graças a Deus, mais farta do que quando criança.
Infelizmente, tivemos outra perda, a do meu irmão Zé. Ele era a alegria do Natal. Depois, meu pai se foi. Existe a tristeza de lembrar deles e da minha mãe, mas devemos passar para os filhos esses significado, a importância da família reunida” contou Neli.
A filha mais nova do casal, Marina Luiza de Sousa Friol também compartilha dos ensinamentos e diz que, se depender dela, será sempre assim. “Natal é sinônimo de união e reaproximação das pessoas que amamos. Adoro essa época e tenho boas recordações dos que já partiram”, salientou.
E como diz o ditado, não espere datas especiais para encontro especiais. Isso a família segue à risca, fazendo encontros uma vez por mês na casa de algum deles. Sentimentos positivos não faltam e sempre com o verdadeiro significado. “Lembrando que Deus sempre em primeiro lugar. A gente sempre faz orações antes de começar a ceia e cada um tem uma palavra de carinho”, finalizou Patrícia.