O Natal é um momento que a família se reúne para celebrar, trocar presentes e fazer uma farta ceia.
Nos últimos anos, com a crise econômica e o desemprego alto, nem sempre isso foi possível, porém, em 2018 o consumidor tem motivos a mais para comemorar. Alguns produtos tradicionais da época vão estar mais baratos que em relação ao ano passado, conforme levantamento feito pela Associação Paulista de Supermercados (APAS).
“Carne de porco, peru, chester e cerveja são os produtos que sempre se destacam nesta época do ano e que estão mais baratos no comparativo com 2017. Por outro lado, aqueles produtos com matéria-prima cotada em dólar, caso dos panetones ou importados, como vinhos, espumantes e bacalhau, vão apresentar alta significativa no preço”, explicou o economista da APAS, Thiago Berka.
Ainda de acordo com o economista, aqueles que optarem por fazer compras na última hora podem economizar ainda mais. “Como muitos produtos são vendidos somente nesta época do ano, se os supermercados sentirem que estão com uma demanda reprimida tendem a fazer promoções para reduzir os estoques e vender mais, ajudando o consumidor a gastar menos na ceia”, comentou Berka, que projeta aumento de 2% nas vendas de Natal em 2018 se comparado com 2017.
Preços produtos de Natal
Panetones: os panificados demonstram aumento em 2018, até novembro, de 4,65% e, nos últimos 12 meses, de 5,06%. O dólar alto fez com que o preço se acelerasse devido ao trigo importado e a previsão é que os panetones tenham um aumento de até 5% comparado ao ano passado. A expectativa de venda de panetones nos supermercados é de um aumento de 10%.
“Os panetones são um dos símbolos do Natal no Brasil. A indústria, percebendo isso, reinventou o produto com diversas variações de sabores, formatos e agregando suas marcas líderes ao produto. Esta mudança fez com que a penetração de panetones nos lares do país subisse para 53%”, comentou Berka.
Peru e chester: o preço do peru apresentou queda de 2,72% nos últimos 12 meses e no acumulado de 2018 está com redução de 2,18%. Tivemos um aumento de preço natural em novembro por conta da demanda da época, mas, ainda assim, eles devem permanecer mais baratos que no Natal de 2017, ou seja, boa opção para uma ceia mais em conta.
Carne suína: o preço da carne suína está estável nos últimos dois meses, porém, apresentou queda de 4,05% nos últimos 12 meses e no acumulado de 2018 está com redução de 2,93%. Os preços devem se manter para dezembro, o que pode fazer da carne suína um destaque de vendas neste fim de ano.
Espumantes: demonstram aumento de preços no acumulado do ano de 8,36%. Para o Natal, os preços devem seguir esta tendência de alta observada ao longo de 2018.
Vinho: os vinhos cresceram 7,04% no ano de 2018 puxados pelo aumento forte do câmbio. Para o Natal deste ano, o consumidor irá observar preços maiores que em 2017 e deve optar por rótulos nacionais ao invés dos importados. Assim como o espumante, os três últimos meses do ano concentram a maior parte das vendas da bebida.
Cerveja: imune aos aumentos do câmbio e com a crescente concorrência no setor, as cervejas são uma boa opção para o consumidor neste ano. No acumulado de 12 meses está com deflação de 0,7%.
Azeite e outros condimentos: o preço do azeite subiu bastante nos últimos 12 meses, terminando novembro com acréscimo de 13,14%. Produto importado e que o brasileiro utiliza com maior intensidade no Natal, vai sofrer com câmbio e com o aumento de demanda, que deve fazer os preços aumentarem. Apesar da leve queda de 0,34% no mês de novembro, o consumidor vai gastar mais neste produto neste ano.
Doces: têm no Natal a segunda melhor data para a indústria. A compra de chocolate como presente alavanca o setor, por ser uma forma mais em conta de presentear, uma vez que agrada a todos os tipos de pessoas. Os preços estão em queda de 2,55% no acumulado de 12 meses e, até novembro, a redução era de 1,73%.
Frutas de época: o resultado das frutas de época foi de 0,84% de aumento de preços no acumulado de 12 meses. Historicamente, nesta época do ano, o preço destas frutas cai, beneficiando o consumidor.