Olhar insano e faro de gol. Assim era Salvatore Totò Schillachi, o camisa 19 da Itália na Copa de 90. Ele saiu do banco de reservas substituindo a Carnevale, para marcar o gol da vitória logo na estreia contra a Áustria. A aposta do técnico Azeglio Vicini era ousada. Afinal Totò Schillachi, um ano antes, ainda jogava na segunda divisão do “cálcio” italiano.
O título não veio para a Itália, naquela Copa disputada em seus domínios. Parou nos pés e nas mãos do goleiro Sergio Goycochea, da Argentina, na semifinal, em disputa de pênaltis. Mas veio o reconhecimento com o prêmio Bola de Ouro, como melhor jogador da competição, da qual, inclusive, Schillachi foi artilheiro com 6 gols marcados para a Azurra.
Ontem, porém, o mundo do futebol despediu-se de Totò Schillachi. O ex-artilheiro faleceu aos 59 anos, vítima de câncer no cólon. Ele iniciou a carreira profissional no modesto Messina em 1982. Era natural de Palermo, região da Sicília. Pela Juventus de Turim, ganhou a Copa da Itália em 1990 e a Copa da UEFA, em 1991. Atuou também, no Japão, pelo Jubilo Iwata, onde encerrou a carreira em 1997. Fora dos gramados, Schillachi dedicou-se a ensinar futebol às crianças em sua própria academia. Participava também com assiduidade de eventos beneficentes.
Por Geraldo Costa Jr. / Foto: Daniel Garcia/AFP