Rio Claro tem várias entidades com atendimento para pessoas com deficiência. Porém, nem sempre esse trabalho inclui as mães e as famílias de pessoas PcD. Para suprir essa lacuna surgiu a Associação do Movimento das Mães Atípicas de Rio Claro (Ammarc) que atende mães e filhos.
O trabalho realizado pela entidade foi abordado no programa Diário MA TV desta segunda-feira (9). Maria Angela Tavares de Lima entrevistou a presidente da entidade, Joselisa Shinoda, e a diretora do Projeto de Empreendedorismo das Mães Atípicas, Verônica Duarte.
Joselisa, que é fisioterapeuta neurofuncional, conta que a associação existe há algum tempo, mas intensificou a atuação nos últimos meses, apresentando as demandas para as autoridades competentes. Ela conta que em janeiro deste ano, apresentou ao prefeito Gustavo Perissinotto um projeto para criação do Centro de Atendimento Especializado ao Autista em Rio Claro. O projeto também foi levado ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDC). “Rio Claro tem algumas instituições que abraçam o autismo, mas não são especializadas”, justifica.
De acordo com a presidente, uma projeção aponta que o município tem cerca de seis mil autistas e grande parte está desassistida, com mães precisando de ajuda para lidar com as dificuldades. A ideia é criar um local que atenda autistas de todas as faixas etárias. Como exemplo, Joselisa cita os adolescentes autistas que não têm atendimento voltado para eles em Rio Claro. Segundo ela, a associação busca oferecer esportes, lazer, música, entre outras atividades.
O atendimento especializado faz toda a diferença. “O autista de nível 3 pode chegar ao nível 1 ou 2 se for bem trabalhado, com apoio e atendimento terapêutico. Esses indivíduos podem ser funcionais se tiverem os estímulos corretos”, afirma. “As crianças têm possibilidades de serem protagonistas de sua própria vida, mais um cidadão e não somente uma pessoa com deficiência”, complementa Verônica.
Projeto Mãos que Acolhem Mães
Verônica Duarte é musicoterapeuta na Consonância Escola de Música Rio Claro, uma instituição inclusiva que atende pessoas com e sem deficiência. Através desse trabalho conheceu a Associação das Mães Atípicas e foi integrada à diretoria. Ela dirige a Diretoria de Empreendedorismo, que apoia e incentiva o empreendedorismo das mães de filhos com deficiência com dificuldade para trabalhar no mercado formal.
Verônica também administra o projeto “Mãos que Acolhem Mães”, que oferece cuidado especifico para as mães (ou famílias) de pessoas com deficiência. Os encontros acontecem toda última sexta-feira ou sábado do mês. “É um momento de terapia para elas, um momento de cuidar das mães porque a maioria está em casa sem saber o que fazer, pois não tem uma rede apoio familiar e social”, explica. Enquanto as mães são atendidas, os filhos ficam em outro espaço sob cuidados de profissionais e monitores voluntários.
As mães atípicas ou pessoas que quiserem conhecer e colaborar com o trabalho da Ammarc pode entrar em contato pelo Instagram: @ ammarc.sfl. Já a entrevista na íntegra está disponível pelo link https://www.youtube.com/watch?v=jgbM8YEIAg0&t=2805s
Por Ednéia Silva / Foto: Diário do Rio Claro