A sessão da Câmara Municipal de Rio Claro nesta segunda-feira (19) foi tumultuada. Teve bate-boca entre os vereadores que terminou em agressão física. Tudo começou com a denúncia feita pelo vereador Moisés Marques que denunciou a falta de mistura (carne) na Escola Municipal Jovelina Moratelli, localizada no bairro Mãe Preta.
O parlamentar cobrou providências urgentes porque, segundo ele, o problema estaria ocorrendo em outras unidades de ensino do município. O caso gerou bate-boca entre os parlamentares da oposição e situação, com troca de acusações de ambos os lados.
O vereador Rafael Andreeta lembrou que o mesmo problema ocorreu recentemente, quando as crianças passaram dias comendo ovo como mistura por falta de carne. Segundo ele, isso não pode acontecer, mas criticou a postura de Marques a quem acusou de oportunismo.
Apesar de admitir a falta de mistura, os vereadores da situação procuraram explicar as causas do problema. Carol Gomes informou que o problema ocorreu porque o edital para a compra de carnes foi impugnado. Conforme ela, o erro foi a falta de um plano B para suprir esse tipo de ocorrência.
Ela sugeriu que a Secretaria da Educação empreste carne de outra pasta, como a Secretaria do Desenvolvimento Social. Em crítica a Moisés Marques, ela disse que “o vereador não pode apenas contar o problema, tem que apresentar solução”, e frisou que ovo é mistura e tem proteína. De acordo com a parlamentar, as escolas receberão carne nesta terça-feira (20), segundo informação que recebeu da própria secretária de Educação.
O mesmo foi dito por Alessandro Almeida. Segundo ele, com a impugnação do edital as crianças ficaram um período sem esse tipo de proteína (carne), mas receberam atum e ovo que oferecem outro tipo de proteína. Ele informou que a prefeitura fez uma licitação emergencial para solucionar o problema, e um novo edital para compra de carne será elaborado.
Julinho Lopes observou que o cardápio da merenda é feito por nutricionistas, que substituem as proteínas em caso de necessidade. Segundo ele, as crianças receberam uma proteína diferente e não ficaram sem comer.
Paulo Guedes destacou que, mesmo com a impugnação, a equipe teve competência técnica para correr atrás do prejuízo, em tempo hábil adquiriu mais alimentos e nesta terça-feira (20) a carne será entregue nas escolas municipais Jovelina Moratelli, Gisele Brizotti, Campos Chagas 2, PEI do Caic, Aparecida Bonilha e Monteiro Lobato.
Adriano La Torre afirmou que o problema estava sendo utilizado para fazer política, quando na verdade o edital foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).
Paulo Guedes cobrou que Moisés Marques fosse verdadeiro e fez outras críticas ao parlamentar, e os ânimos esquentaram. Moisés utilizou a Tribuna Livre para se defender. Segundo ele, “é difícil defender o indefensável”. O fato, conforme ele, é que as escolas estão sem mistura e as crianças são a prioridade.
O bate-boca continuou e a sessão terminou com votação dos quatros projetos inscritos na ordem do dia. Após o encerramento da sessão, novo tumulto. Segundo informações, Paulo Guedes teria desferido um soco em Moisés Marques. Ambos foram separados pelos demais parlamentares. O caso deverá ter desdobramentos policiais.
Os guardas municipais presentes à sessão camarária solicitaram apoio do GAM (Grupo de Apoio com Motos). A Guarda Civil Municipal (GCM) informou que Moisés Marques foi para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com uma equipe da guarda para atendimento médico, enquanto outra equipe se dirigiu ao plantão policial para apresentação dos dados.
Logo após as 21h, Moisés Marques postou vídeo em suas redes sociais afirmando ter recebido “dois socos no rosto”. Ele informou ainda ter registrado boletim de ocorrência denunciando a agressão à polícia.
Por Ednéia Silva / Foto: Reprodução/Internet