O Diário do Rio Claro através da Vigilância Epidemiológica de Rio Claro levantou dados que traçam o perfil das pessoas que morreram em decorrência do vírus H1N1 no município.
Duas das vítimas, uma de 54 e outra de 57 anos, tinham direito à vacina por apresentarem comorbidades, que são doenças que podem oferecer mais risco caso seja contraído o vírus. Um dos pacientes tinha sobrepeso e cardiopatia e o outro hipertensão.
“Essas duas pessoas tinham direito, porém não procuraram o serviço para a imunização”, disse a enfermeira da Vigilância Epidemiológica Eliaura de Jesus.
A informação ainda é de que em outras campanhas os pacientes que morreram teriam sim tomado a vacina. Com isso, a enfermeira faz o alerta: “é importante ressaltar que a vacina é anual, então as pessoas que fazem parte do grupo de risco devem ser imunizadas todo ano, porque a fórmula da vacina é refeita a cada período. Pesquisadores do mundo todo desenvolvem a dose com base em estudos e no vírus que está mais circulante”, afirma Eliaura.
TERCEIRA MORTE
Infelizmente, a vítima da terceira morte por H1N1 registrada em Rio Claro, não fazia parte dos grupos de risco, portanto não podia receber a vacina na rede pública. A paciente tinha 51 anos e segundo a Vigilância não apresentava nenhum problema de saúde. A mulher faleceu no dia 23 de junho, mas já estava internada há dez dias. O Ministério da Saúde ampliou o público para receber a vacina desde o último dia 25 de junho. Além dos grupos de risco, que fazem parte da campanha, a vacinação foi estendida para crianças de cinco a nove anos e adultos de 50 a 59 anos.
OUTROS CASOS
Além das vítimas que não resistiram, o município registrou quatro casos de Influenza A em pessoas que foram tratadas e curadas. Entre os pacientes estão uma criança de oito anos de idade. Os outros têm 19, 33 e 79 anos de idade. A notificação do órgão da saúde mostra que três não receberam a vacina, sendo que dois têm o direito por apresentarem comorbidades e estarem nos grupos indicados na Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe.
AGUARDANDO RESULTADOS
Segundo a Vigilância, até o momento nenhum outro caso foi confirmado. O setor aguarda resultado do Instituto Adolpho Lutz de exames de sete pacientes que estão internados. Sobre casos de óbitos, a Vigilância informou que não tem nenhum caso aguardando resultado de exames. Neste ano, o município teve ainda 54 casos suspeitos de H1N1, porém os resultados deram negativos.
BRASIL
O último boletim do Ministério da Saúde aponta que, até 23 de junho, foram registrados 3.558 casos de influenza em todo o país, com 608 óbitos. Do total, 2.124 casos e 399 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 728 casos e 102 óbitos. Além disso, foram 296 registros de influenza B, com 40 óbitos e os outros 410 de influenza A não subtipado, com 67 óbitos. No mesmo período de 2017 foram registrados 1.459 casos de influenza e 237 mortes pela doença.
Entre as mortes em decorrência dos vírus da influenza, a média da idade foi de 55 anos de idade. Das 608 pessoas que foram a óbito, 448 (73,7%) apresentaram, pelo menos, um fator de risco para complicação, com destaque para adultos maiores de 60 anos: cardiopatas, diabetes mellitus e pneumopatas. Esse público é considerado de risco para a doença, por isso a vacina contra a gripe é garantida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
VACINAÇÃO
O setor de saúde reforça que a melhor forma de se prevenir é a vacina.
A orientação é que os municípios continuem vacinando os grupos prioritários e as demais pessoas que fazem parte do público que foi ampliado pelo Ministério da Saúde que são crianças de cinco a nove anos e adultos de 50 a 59 anos.
O setor de infectologia da Fundação Municipal de Saúde explica que o vírus da gripe, inclusive o H1N1, circula no ar, sobretudo em dias mais secos e frios, daí a importância de as pessoas que pertencem aos grupos se vacinarem.
No total, 6,8 milhões de pessoas, que fazem parte do grupo prioritário, deixaram de se vacinar durante a campanha, que teve duração de dois meses. Gestantes e crianças continuam com o menor índice de vacinação do país com cobertura 73,2% e 73,4 respectivamente. São 3,3 milhões de crianças e 574,3 mil de gestantes que deixaram de se proteger contra a gripe.