Começa neste mês mais um ciclo de atividades do projeto Violão na Escola, que acontece desde 2008 em Rio Claro e região. O projeto, que tem como principal objetivo a divulgação da música erudita para estudantes, é fruto de uma parceria com o Instituto Lumiarte e a Secretaria Municipal de Educação, com patrocínio das empresas Tigre e Caprem.
As ações, que já beneficiaram mais de cinco mil alunos ao longo dos anos, incluem concertos didáticos ministrados pelos violonistas Welton Nadai e Edson Travaina. Esses concertos são realizados dentro das salas de aula, de forma acústica, permitindo que os estudantes tenham contato direto com o som natural dos instrumentos, uma experiência cada vez mais rara em um mundo dominado por tecnologias digitais.
Durante os concertos, são apresentadas obras de renomados compositores como Valter Heinze, Alonso De Mudarra, Isaac Albéniz, Fernando Sor, J.S. Bach, F. Moreno Torroba, Manuel Ponce, Dilermando Reis, Pixinguinha, entre outros. As peças são comentadas didaticamente, conectando a história da música ao repertório tocado, o que enriquece a compreensão e o apreço dos estudantes pela música.
As apresentações acontecem durante todas as segundas-feiras do mês de agosto, iniciando neste dia 12, às 8h30, na Escola Municipal Lucia Helena Ferreira de Camargo, localizada no Jardim Araucária em Rio Claro.
Welton Nadai, um dos coordenadores do projeto, destaca a importância de proporcionar essa experiência auditiva em um ambiente onde o som é puro e não mediado por dispositivos eletrônicos. “O trabalho que fazemos desde 2008, tanto em Rio Claro quanto na região, já contemplou mais de 5 mil alunos de escolas públicas. Concertos realizados dentro da sala de aula permitem que os estudantes conheçam o som natural do violão, algo que muitas vezes não têm a oportunidade de experimentar devido à predominância dos sons digitais em suas vidas”, explica Nadai.
Ele também ressalta o impacto positivo desse tipo de atividade na formação do público jovem para a música instrumental e na ampliação do repertório cultural dos estudantes. “Quando tocamos em creches e para bebês, estamos contribuindo para o desenvolvimento cerebral das crianças, aproveitando um momento importante em que elas adquirem grande parte da sua capacidade cognitiva. É fundamental que continuemos a levar a música acústica natural para as crianças, para que possam se familiarizar com essa linguagem complexa e rica.”
Além disso, Nadai acredita que o projeto desempenha um papel relevante na preservação e divulgação de compositores cuja obra, embora consolidada, não tem grande presença na mídia de massa. “O que fazemos no projeto é apresentar compositores como Villa-Lobos, que é tão grande quanto Mozart. Se nossa geração não ouvir, corremos o risco de perder essa herança cultural, mas tenho certeza de que as futuras gerações continuarão a apreciar essa música.”
As atividades contam com a apresentação de Welton, que é formado pelo Conservatório Dramático e Musical de Tatuí (SP), licenciado em música e pós-graduado em Arte e Educação; e também de Edson Travaina, que traz uma bagagem extensa de estudos e performances.
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