Nayn José Sales, de 27 anos, que atropelou a triatleta Luisa Baptista, na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329), no distrito de Santa Eudóxia, em dezembro do ano passado, foi indiciado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (que é quando não tem a intenção de matar).
A pena para esse crime é de seis meses a dois anos de prisão e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. As investigações duraram quase sete meses e foram concluídas pelo delegado Caio Iberê Galvão Gobato no primeiro Distrito Policial de São Carlos.
De acordo com o Secretaria de Segurança Pública, os exames realizados para a constatação de embriaguez ao volante deram resultado negativo e o inquérito policial foi encaminhado à Justiça.
A triatleta Luiza Baptista gravou um vídeo em suas redes sociais dizendo que estava indignada com a tipificação do crime e que confia no Ministério Público. “Agora, aguardamos a posição do Ministério Público. O investigado, que me tirou das olimpíadas desse ano, estava em alta velocidade, na contramão, dormiu poucas horas e nem possuía habilitação”, afirmou ela.
A defesa de Nayn, Roquelaine Batista dos Santos, concordou com a tipificação dada pela Polícia Civil e diz que não houve dolo eventual.
“Ele saiu para trabalhar, não saiu com a intenção de lesar ou matar alguém. Não tem carteira de habilitação é uma infração administrativa, tem muitas pessoas que conduzem muito bem, mas não tem a CNH. A questão de velocidade é técnica pericial e nada disso está constatado. Foi uma lástima, machucou uma pessoa que nos representa muito bem nas Olímpiadas, Nayn está muito sentido por isso, mas foi uma fatalidade”, afirmou.
Luísa recebeu alta hospitalar em 1º de abril, 100 dias após ser internada. Ela teve ferimentos em quase todo o lado direito do corpo, perfurações no pulmão e fraturas expostas na mão e na perna.
A triatleta deu entrada no hospital em choque hemorrágico grave, o coração chegou a parar por oito minutos. Apesar disso e dos dois meses que passou em coma, Luisa não sofreu danos neurológicos.
Depois de passar pela Santa Casa de São Carlos e pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), a atleta foi transferida para o Hospital São Luiz – Itaim, na Zona Sul da capital paulista, onde permaneceu por mais de dois meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), até a alta.
A triatleta seguiu o processo de reabilitação em uma clínica em São Paulo. Passou por um procedimento cirúrgico para a colocação de uma prótese no quadril.
No início de junho, ela finalmente voltou para sua casa, em Araras, onde segue sua recuperação.
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