No último indulto registrado durante a semana do dia 12 de outubro, conforme divulgou o Diário do Rio Claro, dos 24.822 detentos, 802 não retornaram aos presídios durante o feriado de 12 de outubro.
Na região de Rio Claro, incluindo as penitenciárias de Itirapina e os Centros de Ressocialização de Rio Claro, 27 presos não cumpriram as medidas e não voltaram para o cumprimento da pena. Nos CRS do município, todos retornaram. No CR feminino, 54 mulheres receberam o direito e, no masculino, 79.
Agora, durante as comemorações de final de ano, milhares de presos vão receber o benefício e, apesar de ser um direito concedido por lei, a opinião nas ruas de Rio Claro é contrária. População não apoia, se sente mais insegura e tem esperança de mudanças na lei. “Eu sou contra. Se está preso, cometeu um crime, não deveria ter direito. Pode acontecer de cair em tentação de novo e cometer novamente”, disse a manicure Cristiane Nascimento.
A aposentada Carmem de Góes compartilha da mesma opinião. “A segurança não está dando conta. A gente corre mais riscos com essas saidinhas”, afirmou.
Matheus Santos, jovem estudante de 18 anos, já foi assaltado por um adolescente de 16 anos que utilizava uma faca. Além de ser favorável à redução penal, também é contra as saidinhas em períodos de festas. “Já saem para roubar e fazer coisa errada. Aumentam o medo e os crimes”, ressaltou.
Outros entrevistados acham injusto por vários motivos. “Nós, que somos trabalhadores, ficamos confinados dentro de casa. Cometeu um crime, tem que pagar. O certo seria ter que trabalhar e não a população ter que pagar para eles. Por exemplo, alguns ganham benefícios para as famílias e um idoso tem um salário de miséria”, analisou a dona de casa Júlia Maria Casolli.
A esperança para a desempregada Izarele da Silva é a mudança na lei. “A lei atual dá prioridade para o preso, fazer o quê? Tem que mudar, ninguém aguenta mais, tá sem ordem o Brasil. Nessas épocas, morro de medo, enquanto eles estão aqui fora, não temos privacidade nenhuma”, desabafou.
O caminhoneiro aposentado Laerte José Redondano relata um caso registrado com um amigo, que acabou matando o bandido com uma paulada durante um assalto em que foi vítima. “Ficou com a ficha suja, estava se defendendo. Outra coisa: se eu não pagar uma dívida, não liberam meu nome, então, para eles deve ser assim também. E tem que trabalhar para ajudar a família das vítimas e não nosso dinheiro para eles”, analisou.
Contrário ao benefício também está o comerciante José Luis Garcioli, que também já foi vítima de furto e acredita no aumento de crimes com as saidinhas. “Muitos saem já com intenção de cometer os crimes. Toda época de indulto aumenta a violência. Infelizmente, a lei é para bandido”, declarou.