Com a chegada do Dia Nacional do Combate à Cefaleia, comemorado neste domingo, 19 de maio, cresce a discussão sobre as terapias eficazes para o manejo desta condição que impacta a vida de milhões de 140 milhões de brasileiros que sofrem com dores e cabeça, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia.
A cefaleia é o termo técnico utilizado para dor em qualquer parte da cabeça, sendo uma das sete doenças mais incapacitantes e o quarto motivo mais frequente de consultas em unidades de urgência em todo o mundo. Existem mais de 100 tipos delas.
“As cefaleias podem ser primárias, aquelas oriundas de uma predisposição genética e são consideradas doenças, como a enxaqueca; e podem ser secundárias quando são sintomas de outras doenças, como meningite e pressão alta, ou surgem por efeito adverso de medicamentos, por exemplo”, explica o neurologista Pablo Coutinho, do Ambulatório de Cefaleia do Hospital Universitário da Federal da Paraíba.
Como a dor de cabeça é um desconforto que quase todo mundo já passou ou passará na vida, quando é o momento de procurar ajuda? “Se a pessoa tem mais de uma crise por semana ou se a crise causa alguma incapacidade, como falta ao trabalho ou interrupção de atividades corriqueiras é hora de buscar avaliação médica. Pacientes portadores de doenças crônicas, como câncer e as autoimunes, ou com infecções crônicas, além das gestantes e puérperas devem ter a dor avaliada”, alerta o neurologista Samuel Ranieri, coordenador do Ambulatório de Cefaleias do CH-UFC.
Controle da dor
A doença não tem cura, mas pode e deve ser controlada. Para isso, mudanças de hábitos são recomendadas para anular os fatores que a desencadeiam como a redução do consumo de alimentos ricos em sal e gordura, cuidado com a qualidade do sono, controle do estresse, uso de óculos com grau correto, prática de atividades físicas, entre outras. Para casos selecionados e com acompanhamento médico, o controle é feito com medicação preventiva, como antidepressivos ou antiepilépticos em baixas doses.
As cefaleias podem ainda ocorrer combinadas com outros sintomas. “Nas cefaleias de tensão, há dores musculares no pescoço e ombros. Já na enxaqueca, há fadiga, sensação de estresse, ansiedade, tontura, náuseas e vômito e intolerância à claridade, barulho e cheiros fortes, entre outros”, enumera Samuel Ranieri, do CH-UFC.
Automedicação é perigosa
Os especialistas alertam ainda que quadros de cefaleia podem ser agravados com a automedicação e o uso excessivo de analgésicos. “Esses são os principais fatores que levam uma dor eventual a ficar frequente, além de prejudicar outros órgãos como estômago, fígado e rins. Infelizmente, menos de 5% das pessoas que sofrem com enxaqueca procuram ajuda médica e a grande maioria fica sem diagnóstico e sem tratamento adequado”, ressalta Pablo Coutinho, do HULW-UFPB.
Foto: Imagens Ilustrativas/Governo Federal