Cadê o monumento de inauguração do LAGO AZUL / RETIFICAÇÃO CANALIZAÇÃO E COBERTURA DO CÓRREGO DA SERVIDÃO / IMPLANTAÇÃO E ILUMINAÇÃO DA AVENIDA VISCONDE DO RIO CLARO?
Sim, havia um monumento na Av. Visconde do Rio Claro com a Av.32 de aproximadamente 2 metros de altura, que ficava no centro da antiga rotatória, datado de 1971/1972, referente a todas estas conquistas em Rio Claro. Só que não mais está lá!!!
A valorização do patrimônio histórico cultural é a valorização da identidade que orienta as pessoas. Por isso, preservar as árvores e paisagens, os monumentos, as obras de arte, as festas populares, a culinária ou quaisquer outros elementos culturais e naturais de um povo, de maneira sustentável, é manter a identidade e desenvolvimento desse povo.
Com os monumentos históricos é possível entender mais sobre o modo de vida, as tradições, a arquitetura, o desenvolvimento das cidades e os nomes importantes das mesmas, ou ainda dos estados ou países. Isso ajuda a manter a história viva, além de serem fontes de conhecimento e referências para as futuras gerações, referente às personalidades que se destacaram no mundo da política, das artes, dos esportes e outros segmentos da sociedade.
Já a memória, por conservar certas informações e seus monumentos, contribui para que o passado não seja completamente esquecido. O passado é capaz de trazer identidade e sentido, é como olhar a Avenida Visconde do Rio Claro, e não compreender sua importância para nossa cidade.
No planejamento urbano de nosso município o córrego da Servidão dividia a cidade desde os primórdios da fundação da nossa querida Rio Claro e o que era, na época, um elemento “dificultador” no desenvolvimento urbano do município. Só haviam algumas pontes que uniam a cidade de um lado ao outro do córrego. Com visão desenvolvimentista alguns prefeitos trabalharam para que este “dificultador” pudesse se transformar em um elemento de integração.
Em 1971/1972 o prefeito dr. Álvaro Perin concluiu e inaugurou o complexo envolvendo o represamento das águas do Lago Azul (construção); A retificação, canalização e cobertura do Córrego da Servidão; e A entrega da Implantação e Iluminação da Avenida Visconde do Rio Claro, constituindo, naquele momento, a integração e união da cidade, enquanto planejamento urbano e vetor de desenvolvimento da mesma.
Lembrando ainda que tais obras perfaziam parte do planejamento da organização hídrica do município, pois nesta mesma época também foi criado o Daae, dentro de uma visão macro estratégica, preservando os recursos hídricos em conjunto com a integração da cidade, por meio de uma grande avenida (Av. Visconde RC), propiciando maior mobilidade urbana, visando o desenvolvimento da nossa querida Cidade Azul e preservando os recursos naturais.
As autoridades da época entenderam e homenagearam a nossa grande avenida com o nome do título de Visconde do Rio Claro, título do Sr. José Estanislau de Oliveira, o Visconde de Rio Claro, figura empreendedora e desenvolvimentista de nosso município, que nasceu em São Paulo, em 5 de Março de 1803 e que viveu e morreu em Rio Claro, em 4 de setembro de 1884 e está enterrado em nosso cemitério municipal, cujo túmulo pode ser visitado (Mausoléu do Visconde do Rio Claro).
Ele foi fazendeiro, militar e político brasileiro, cafeicultor da nossa região, além de ter participado como coronel na Guerra do Paraguai. Foi um dos fundadores da Estrada de Ferro em Rio Claro. Dessa forma o monumento histórico localizado na Av. Visconde do Rio Claro com a Av. 32 foi erigido em comemoração a estes dois aspectos, este momento histórico de unificação urbanística da cidade (1971-1972), momento de transformação e desenvolvimento, homenageando seu povo e sua visão à época através da figura do Visconde do Rio Claro (1803/1884).
Essas estruturas fazem parte da cultura e da história do povo de Rio Claro. Não devem ser escondidos, removidos ou destruídos, devem ser restaurados e mantidos. Peço, humildemente, que devolvam o monumento ao seu local!!! O original seria mais apropriado. Caso já não o tenham mais, substituam, com as mesmas características, proporções e dizeres. Mas não sumam com nossa história, nossos monumentos, nossas árvores e paisagens. Gostamos de nossa gente e sua história, do que as antigas gerações proporcionaram de bom a nossa cidade.
As autoridades de plantão hoje, se desejam marcar sua história com uma ciclovia, que está sendo implantada, que o façam sem retirar aquilo que é de direito e que foi conquistado com o esforço da população à época. Façam sua placa e inauguração, e nosso povo, como sempre, respeitará, e logicamente a obra atual ficará para a história, com todos os bônus e ônus inerentes a ela. Sugestivamente, tendo a rotatória como base, era só ter envolvido, rodeado o monumento, preservando-o, em uma solução simples. Nossos valores e princípios também compõem nossa identidade cultural!!! Os monumentos perfazem nossa identidade e memória viva!!!
José Ricardo Naitzke – bacharel em Turismo e especialista em Planejamento Urbano, Territorial e Turístico e em Marketing Turístico e Turismo Alternativo