Nesta segunda-feira (3), celebra-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, também conhecido como o Dia Mundial das Pessoas com Deficiência.
O desígnio desta data é informar a população a respeito dos assuntos alusivos à deficiência, seja ela física ou mental. Objetiva também a conscientização acerca da importância de inserir as pessoas com deficiência em diferentes aspectos da vida social. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) dão conta de que aproximadamente 10% da população mundial possui alguma deficiência. A data foi criada por intermédio de uma Assembleia Geral da ONU, em 14 de outubro de 1992.
Em 1988, em parceria com Erasmo Carlos, Roberto Carlos compôs e fez propagar a canção “Todo Mundo é Alguém”, cujos versos iniciais dizem o seguinte: “somos uma multidão de iguais, semelhantes sonhos, ilusões, direções diversas na conquista dos ideais universais”. Em alusão à data a ser lembrada amanhã, esses versos robertocarleanos são bastante propícios. Mas, no tocante a essa almejada igualdade, há motivos a serem celebrados?
Marco Antônio Elias, o Marquinho, 53 anos, é um exemplo de luta e perseverança neste aspecto, uma vez que prossegue na batalha em busca de mais acessibilidade em Rio Claro e também nas cidades da região. Deficiente físico desde os 18 anos, Marquinho transpõe as dificuldades que lhe são impostas, como o preconceito, além das “arquitetônicas” e as advindas da sociedade. Aposentado por invalidez há três décadas, viu sua situação se complicar ainda mais após sofrer dois AVCs (acidente vascular cerebral) há cinco anos.
Devido ao conhecimento no tocante à acessibilidade, vem atuando nessa área juntamente com a Apoderc (Associação das Pessoas com Deficiência de Rio Claro), fazendo tornar acessíveis autoescolas e prédios privados contemplados com leis municipais, estaduais e federais.
“Infelizmente, nossa cidade ainda sofre com o descaso do poder público em relação ao descumprimento de tais leis, que dificultam a inserção de pessoas com mobilidade reduzida. Por sermos uma cidade com muitos moradores idosos e a longevidade cada vez maior, nós, moradores, sofremos cada vez mais com essa falta de respeito”, ressalta.
De acordo com Marquinho, a escassez de rampas e manutenção destas para acessos às calçadas são dificuldades pequenas perto do desrespeito em relação à acessibilidade às lojas e comércios em geral. “Buracos e obstáculos nas ruas e calçadas, desrespeito dos motoristas, ciclistas e motoqueiros em relação a idosos e deficientes são frequentes”, enfatiza.
No que concerne o transporte coletivo, diz que há elevadores nos ônibus, além de duas vans que fazem o translado de cadeirantes 12 horas por dia. Com relação a empregos para pessoas com deficiência, Marquinho afirma tratar-se de um assunto que vem sendo abordado há anos e que nunca é resolvido.
Por fim, afiança que vagas de estacionamento para deficientes e idosos no Centro de Rio Claro existem em número razoável. “O problema são os motoristas que não respeitam, sobretudo em horário bancário e aos finais de semana”, finaliza.
E O QUE A PREFEITURA TEM FEITO?
A reportagem do Diário do Rio Claro entrou em contato com a prefeitura com o propósito de saber, no que diz respeito à acessibilidade no município, quais as medidas e providências no sentido de tornar a cidade mais inclusiva. Em nota, via assessoria de comunicação, garante que trabalha para que as pessoas com deficiência tenham cada vez melhores condições de locomoção e transporte. “Processo licitatório está em andamento para a implantação de novas rampas de acessibilidade.
Empresa será contratada para instalar quase 300 novas rampas, entre instalações em novos locais e substituição de rampas danificadas”, destaca. A respeito do transporte público, assevera que 100% da frota é equipada com elevadores para atender pessoas com deficiência e que há ainda o Programa Incluir, direcionado a pessoas com deficiência motora severa. Conforme a nota enviada ao Centenário, são 380 pessoas cadastradas para utilizar as vans que fazem o transporte porta a porta. “A partir de agendamento prévio, cadeirantes são transportados para trabalhar, estudar ou compromissos médicos”, diz.
Garante haver, na área central do município, vagas de estacionamento especiais para uso de pessoas com deficiência. “São 44 vagas de estacionamento direcionadas a este público. Mais do que o dobro do exigido por lei”, finaliza.