A arquitetura de interiores, antes voltada para a concepção de ambientes majoritariamente compartimentados por paredes, segue mudando seus conceitos e atualmente fortalece, cada vez mais, a ideia da execução de espaços mais abertos e amplos, principalmente na área social. Ainda assim, elementos vazados, que entram nos projetos com o intuito de dividir, mas sem separar completamente, não são, por assim dizer, ‘novidades’ nos projetos.
De origem árabe, o treliçado de madeira conhecido como Muraxabi chegou ao Brasil em idos de 1500, com a chegada dos colonizadores portugueses, e o Cobogó, do alto dos seus 95 anos de uma criação legitimamente brasileira, já marcavam presença quando o intuito era o de prover privacidade e a almejada combinação de luz e clima arejado.
“Acredito que a presença de ambos foi fortalecida tanto por conta estética, como pela funcionalidade que entregam na leitura moderna dos projetos”, analisa o arquiteto Pietro Terlizzi, responsável por seu escritório homônimo.
Com seus diferentes designs, entram em cena como soluções inteligentes para compor divisórias, portas, janelas e, até mesmo, mobiliários. Conheça mais detalhes sobre os dois e ideias de aplicações realizadas pelo profissional:
Muxarabis
Surgido no século XIV dentro da arquitetura árabe em países do Oriente Médio e Ásia, o Muxarabi segue com suas premissas originais. Primordialmente de madeira, sua forma é resultado dos desenhos geométricos obtidos por ripas de madeira sobrepostas e esse aspecto mais ornamentado e orgânico entrega um visual impotente, sofisticado e aconchegante.
Cobogós
Quase centenários, seguem mais jovens do que nunca: os Cobogós refletem a brasilidade de três profissionais que desenvolveram a peça e que ganhou as construções em formas cerâmicas, concreto, porcelana e vidro, entre outros materiais.
Resistentes, de fácil manutenção e viés contemporâneo, os elementos contribuem para a ventilação e iluminação, como podem ser considerados também em áreas externas. “Grandes nomes imortais como Lucio Costa e Oscar Niemeyer incorporaram essa referência em prédios emblemáticos para a arquitetura brasileira”, destaca Pietro.
Fotos: Guilherme Pucci