E finalmente o Presidente Jair Bolsonaro anunciou o futuro Ministro da Educação.
Na última quinta-feira (22), o nome do professor e filósofo Ricardo Vélez Rodríguez tomou conta dos canais de comunicação que, até então, especulavam entre o Procurador da República, Guilherme Schelb, e o Diretor do Instituto Airton Sena, Mozart Ramos. Nascido na Colômbia e naturalizado em 1997, Vélez Rodrigues é Professor Emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército e autor de diversos livros, inclusive, do imprescindível ‘A Grande Mentira: Lula e o Patrimonialismo Petista’.
Defensor do Movimento Escola sem Partido, em seu mais recente post no blog pensadordelamancha.blogspot.com Vélez Rodrigues aponta, entre outras coisas, para o fato de que os estudantes estão “reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de ‘revolução cultural gramsciana’, com toda a corte de invenções deletérias em matéria pedagógica como a educação de gênero”. Ou seja, mudanças estruturais vêm por aí e podem, definitivamente, apontar um novo rumo à Nação.
Indicado pelo Professor Olavo de Carvalho, um dos principais representantes do conservadorismo no País e autor do obrigatório ‘O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras’ – que, à época do lançamento, em 1996, recebeu elogios do jornalista Paulo Francis e do economista Roberto Campos –, o futuro Ministro da Educação diz ainda que pretende apostar na Municipalização do Ensino através das “sadias propostas dos educadores da geração de Anísio Teixeira, que enxergavam o sistema de ensino básico e fundamental como um serviço a ser oferecido pelos municípios que iriam, aos poucos, formulando as leis que tornariam exequíveis as funções docentes”.
Cabe abrir um parêntese para lembrar que Anísio Teixeira foi um personagem central na História da Educação nas décadas de 1920 e 1930 por difundir os pressupostos do movimento da Escola Nova que, por sua vez, tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à memorização.
Fecha o parêntese. Ainda segundo Vélez Rodríguez, “as instâncias federal e estaduais entrariam simplesmente como variáveis auxiliadoras dos municípios que carecessem de recursos e como coadunadoras das políticas que, efetivadas de baixo para cima, revelariam a feição variada do nosso tecido social no terreno da educação, sem soluções mirabolantes pensadas de cima para baixo, mas com os pés bem fincados na realidade dos conglomerados urbanos onde os cidadãos realmente moram”.
Enfim, sempre que tenho a oportunidade de discorrer acerca da Educação no Brasil, lembro que Cristovam Buarque apresentou uma possível solução para o problema da Educação Básica lá no já distante ano de 2003, quando atuou como Ministro da Educação do Governo de Luiz Inácio, o Condenado de Curitiba e, desde então, não vi nenhum de seus nove sucessores [Tarso Genro, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante, José Henrique Paim, Cid Gomes, Luiz Cláudio Costa, Renato Janine Ribeiro, Mendonça Filho, e Rossieli Soares] no órgão do Governo Federal do Brasil fundado pelo Presidente Getúlio Vargas em 1930 pensando a questão de forma demasiadamente ampla e séria como agora vejo com Ricardo Vélez Rodríguez. Até domingo que vem!
O autor é Mestre em Divulgação Científica e Cultural pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp.