O ano de 2018 está chegando ao seu final, mas foi repleto de fenômenos astronômicos para observações e estudos.
Fases da Lua e seu movimento, eclipses, dia e noite, chuvas de meteoros, estações do ano, nascer e ocaso do Sol, passagem meridiana de um astro, campo gravitacional, forma da Terra e muito mais. Esse conjunto de fenômenos é classificado como Conceitos de Astronomia Essencial e Fundamental, e é de muita importância para a educação em astronomia nas escolas e formação continuada de professores, pois, na maioria, não necessita de grandes investimentos em aparelhos ópticos para estudá-lo, é observado a olho desnudo, e o céu aberto se tornando uma sala de aula para construir o conhecimento multidisciplinar.
A astronomia sempre despertou interesse da humanidade, as indagações fazem parte da nossa história e evolução, seja cultural, filosófica ou científica, esta última, a mais importante. E o Brasil é bem produtivo na astronomia profissional e amadora, inclusive, Rio Claro teve em 2009 uma participação efetiva no Ano Internacional da Astronomia (IAU 2009). Para finalizar com chave de ouro o ano, a partir do final de novembro até o fim de dezembro, teremos a passagem do periódico Cometa 46P/Wirtanen, que foi descoberto em 17 de janeiro de 1948 por Carl Wirtanen no Lick Observatory, Califórnia, com período orbital de 5,5 anos.
O cometa terá sua passagem mais próxima da Terra no dia 16 de dezembro, chegando à provável magnitude de 3.8 a 4.0 e, de acordo com os dados das observações prévias, poderá ser visto a olho nu em locais sem poluição luminosa e sem a interferência da Lua. Vale ficar atento ao movimento da Lua e procurar buscar o cometa sem ela na abóbada celeste, pois seu brilho proveniente do Sol ofusca a observação. É muito importante também, em casos de observações de cometas como esse, ter o cuidado sobre as informações de que será “espetacular”, “presente de Natal”, pois não é fácil observar esses fenômenos, e não há garantia de espetáculo, mas tudo pode acontecer.
O 46P/Wirtanen, no periélio, estará a 30 distâncias lunares (0.077 ua) da Terra, cerca de 11,5 milhões de quilômetros, e essa aproximação pode ser um diferencial para sua observação. Esperamos agora que o cometa tenha realmente um brilho bem perceptível, liberando muito material volátil, e que possamos observar a olho nu esse fenômeno fantástico destes corpos que são primitivos e oriundos das sobras da formação do sistema solar.
E como observar o cometa? Atualmente, ele está na constelação do Forno, ao final de novembro na Baleia, com magnitude 5.0, entra em Eridano no dia 05/12 e, em 16/12, estará em Touro, próximo das Plêiades, atingindo magnitude 3.8. Recomenda-se o uso de Softwares como o Stellarium e de cartas celestes (Sky Maps), assim como sítios com dados dos elementos orbitais do cometa, REA Brasil, http://www.rea-brasil.org/cometas/46p_2018.htm e o da University of Maryland, http://wirtanen.astro.umd.edu/46P/.
Por Fabrizzio Montezzo