Toda comparação que se faz em se tratando de pessoas que viveram em épocas diferentes é tola e injusta. No futebol, em específico, na falta de ter coisa melhor a fazer, nas férias, alguns mais desavisados resolveram comparar Rivaldo a Zico, e vice-versa, expondo, nas rede sociais, números e estatísticas das carreiras de ambos jogadores que maravilharam os torcedores de seus clubes cada qual em seu tempo.
Há, percebe-se, nessa comparação, a tendência de dizer que Rivaldo foi melhor que Zico, porque seus números são, por assim dizer, mais expressivos. Pois bem, qual objetivo dessas comparações? Diminuir o valor de quem, como Zico, teve uma carreira muito digna e vitoriosa no futebol, que conquistou uma legião de fãs, no Brasil e no mundo, que angariou o respeito e a admiração de companheiros de profissão, jornalistas esportivos, treinadores, dirigentes e torcedores, inclusive, de outros clubes, que lutou bravamente para superar uma contusão gravíssima de joelho, provocada por deslealdade de um companheiro de profissão e, mesmo assim, voltou a jogar em alto nível?
Rivaldo, excepcional, muito acima da média, inclusive, como ser humano, que a exemplo de Zico, nunca reivindicou reconhecimento, sempre foi na dele, muito quieto e eficiente, e a exemplo de Zico, um grande craque de bola, um dos maiores do mundo, em todos os tempos.
Será que só o brasileiro é que tem essa tendência destrutiva para desmerecer os seus compatriotas dignos de respeito e admiração, como Zico e Rivaldo? Ou fomentar um debate tolo e inútil, entre eles e seus fãs.
Eita, patriotismo que nos falta! Enalteçamos a ambos, isto sim. E agradeçamos a Deus, pelo fato de terem nascido no Brasil esses dois gênios da bola, em épocas diferentes. Foi muito bom ter podido vê-los jogar diante de nossos olhos o seu belíssimo futebol.
Por Geraldo Costa Jr. / Foto: Reprodução