Nissan terá novo Kicks, SUV inédito e motor 1.0 turbo
A Nissan anunciou um novo ciclo de investimentos no Brasil com a produção em Resende (RJ) da próxima geração do Kicks, um SUV inédito e uma nova motorização 1.0 turbo. O plano prevê R$ 2,8 bilhões de aporte até 2025.
Com o novo SUV para 2026 (sem revelar ainda seu porte), a Nissan quer tornar Resende um polo exportador para 20 países da América Latina. O Kicks chega antes, em 2025.
No Brasil, a meta é dobrar sua participação de mercado para 7% – hoje, a Nissan detém 3,4% com automóveis e comerciais leves.
O Kicks é o único produzido em Resende. A marca também comercializa os mexicanos Versa e Sentra, a picape argentina Frontier e o elétrico Leaf, importado da Inglaterra.
O anúncio foi feito diante de quase 2.500 pessoas, a maioria colaboradores da fábrica. Estiveram presentes na cerimônia o governador do Rio, Cláudio Castro; o presidente da Nissan América do Sul, Guy Rodriguez; o presidente da Nissan Brasil, Gonzalo Ibarzábal; e pela primeira vez no Brasil, o CEO global da Nissan, Makoto Uchida.
A Nissan completou 23 anos no Brasil e está às vésperas de completar dez anos instalada em Resende.
Eletrificados importados pagarão mais imposto em 2024
Os veículos eletrificados importados tendem ficar mais caros em 2024, por causa da decisão do governo federal de retomar de forma gradual a cobrança do imposto de importação para veículos elétricos e recompor a alíquota dos híbridos e híbridos plug-in a partir de janeiro.
No primeiro mês de 2024, os elétricos passarão a pagar de 0 para 10%, depois 18% em julho. Em julho de 2025 sobem para 25% e, um depois, 35%.
A sequência para os híbridos plug-in (PHEV) será: 12% em janeiro, 20% em julho, 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026.
Para os híbridos convencionais (HEV): 12% em janeiro, 25% em julho, 30% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026.
Nem os comerciais escapam: caminhões elétricos importados, hoje isentos, pagarão 20% em janeiro e a partir de julho, 25%.
O objetivo do governo, segundo o ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, “é estimular a indústria nacional para tecnologias que promovam a descarbonização e aos investimentos na produção, manutenção e criação de empregos de maior qualificação e melhores salários”.
Locadoras se destacam em outubro, enquanto produção cai
O aumento das importações foi um dos responsáveis por uma retração na produção de veículos em outubro, segundo informou a Anfavea. Enquanto as vendas avançaram 10,2%, a produção teve queda de -4,4%.
Nos 10 primeiros meses do ano, 271,3 mil modelos estrangeiros entraram no país, 57,6 mil a mais que no mesmo período de 2022, alta de 27%.
Outro dado interessante é que a locadoras salvaram o outubro: o segmento de leves (automóveis e comerciais) cresceu 12%, impulsionado pela maior demanda das locadoras, que compraram 75 mil veículos (alta de 29%). No total, as vendas diretas representaram 51% dos emplacamentos, mantendo-se no mesmo patamar do mês anterior.
Importados crescem 92% entre janeiro e outubro
Dez marcas que fazem parte da Abeifa, associação de importadores, comemoram o aumento expressivo de vendas: alta 92,3% no acumulado de janeiro a outubro, com 27.963 unidades.
Na avaliação de João Henrique Garbin de Oliveira, presidente da Abeifa, “a gradual recuperação econômica do país, aliada à transição tecnológica pautada no crescente interesse dos consumidores brasileiros por veículos híbridos e elétricos, mais uma vez determinou o desempenho positivo nas vendas de veículos importados no mês passado.”
A retomada do imposto de importação para estes produtos pode impactar nas vendas a partir de 2024.
Honda e Porsche têm seminovos de menor desvalorização
O comportamento de preços no mercado de usados pode interferir na decisão de compra de um zero-km para muitos consumidores. O 10ª edição do Selo Maior Valor de Revenda apontou o Honda HR-V como o modelo de menor depreciação após um ano de uso, com apenas -2,8%.
A premiação também incluiu eletrificados, tendo o Porsche Cayenne Plug-in como o de menor depreciação (-2,5%).
O Estudo de Valorização de Veículos, realizado pelo Autoinforme, considerou 93 modelos, carros e comerciais leves, divididos por categorias.
Confira os modelos de menor desvalorização após um ano de uso:
Marca/modelo | Depreciação |
Porsche Cayenne Plug-in | -2,5% |
Honda HR-V | -2,8% |
Porsche Cayenne | -3,5% |
Volkswagen Jetta | -4,3% |
Toyota RAV4 | -4,7% |
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. Acesse: linktr.ee/viadigitalmotors E-mail: lucia@viadigital.com.br