Os jardins desempenham um papel significativo na vida cotidiana e no meio ambiente. Quando bem preservados, os espaços verdes oferecem uma ampla gama de benefícios de fins estéticos, de lazer, de cultivo e de educação, além de contribuir para bem-estar físico e mental de todos nós. Com a chegada da primavera, estação reconhecida pela renovação e crescimento das plantas, as chuvas se tornam regulares, os dias ficam mais longos, o clima mais quente e a polinização mais ativa.
“É visto como o despertar e o florescer da natureza acontece após os meses de inverno”, ressaltam Priscila e Bernardo Tressino, à frente do escritório PB Arquitetura. Por isso, essa transição é o momento perfeito para realizar a manutenção de jardins e plantas ornamentais.
Principais cuidados na troca de estação
À medida que as temperaturas aumentam e a vegetação acorda, surgem então as primeiras tarefas a serem realizadas como a limpeza geral em jardins, vasos e jardineiras.
“Entre a troca da estação, aproveite para remover as folhas secas e caídas, detritos e ervas daninhas, tanto das plantas quanto do gramado, e elimine os musgos e limos que se acumularam nos dias frios. Não esqueça de afofar a terra para permitir a entrada de oxigênio e nutrientes, pois durante o inverno o solo fica compactado. Por isso, é muito importante arar e adubar, uma vez que essa ação prepara a terra para o cultivo que virá nas semanas seguintes”, explica Priscila.
Além disso, também é a hora de realizar a poda de árvores e arbustos para estimular a formação de brotos e vai dar forma às plantas. Se atente em utilizar as ferramentas corretas, sendo as mais indicadas as tesouras e alicates que removem galhos secos e malformados. Para os mais espessos, que necessitam de serras, a arquiteta e paisagista recomenda o auxílio de profissionais especializados nesse tipo de manuseio. “Para quem conta com essa habilidade, a dica para não danificar a planta é fazer o primeiro corte de baixo para cima e somente após essa primeira etapa executar o movimento de cima para baixo, evitando o lascamento da madeira”, orienta.
A preparação do solo também é essencial nessas tratativas e comumente adicionado após a limpeza da superfície. Logo após, o ato de revirar a terra para adicionar o composto orgânico para melhorar a fertilidade – o NPK 4-14-8 é uma boa alternativa. Feito isso e regando por algumas semanas, o solo ficará pronto para o plantio.
O que cultivar?
O início da primavera é o momento propício para o cultivo diverso de plantas, árvores, arbustos, flores, bulbos ou hortaliças, haja vista que o clima favorece o crescimento inicial de muitas espécies, principalmente de flores anuais, perenes e adequadas à primavera. Para facilitar as escolhas, a Priscila compartilha algumas recomendações:
- Flores: Íris, margaridas, rosas, tulipas, prímulas e narcisos são excelentes para o plantio em vasos e canteiros. “São charmosas com suas cores vivas”, enaltece Priscila.
- Vegetais: Tomates, cenouras, alface, abobrinhas e ervilhas.
- Árvores e arbustos: as frutíferas, como maçãs e pêssegos, crescem bem durante a primavera. Arbustos ornamentais, como a Forsítia ou o Espireia são ótimas indicações para os jardins.
- Ervas: manjericão, coentro, cebolinha e salsa. “A maioria cresce bem rápido e são fáceis de cultivar”, estimula a arquiteta e paisagista.
Com base em sua experiência, ela faz uma ressalva valiosa: escolher as espécies de acordo com o espaço disponível para o seu plantio. Na continuidade, a rega adequada e a observação frequente sobre possíveis pragas, doenças ou necessidades individuais garantem um jardim saudável e exuberante.
Plano de manutenção sazonal
Seu sócio no escritório, o arquiteto Bernardo Tressino aborda a relevância de uma estratégia organizada do plano de manutenção sazonal, incluindo datas e diversas informações a serem adotadas de acordo com a estação. No caso da primavera, o plano compreende, de forma resumida, desde a limpeza geral, a poda, a preparação do solo, o plantio, a adubação, a irrigação e o controle de pragas.
“Uma vez por ano, programe o replantio e renovação do solo. É preciso reconhecer, primeiramente, as situações climáticas da região, o tipo de solo e as condições de insolação para elencar as espécies que melhor se desenvolverão no seu jardim”, conclui.
Foto: Henrique Ribeiro