Foi exatamente num dia 2 de novembro que os fãs brasileiros de Fórmula 1 foram instantaneamente da alegria à tristeza.
Era 2008, e acontecia em Interlagos uma das decisões de título mais emocionantes da rica história da categoria máxima do automobilismo.
Lewis Hamilton, da McLaren, chegava a São Paulo com 94 pontos, contra 87 de Felipe Massa, da Ferrari.
Para o jovem britânico, bastava o quinto lugar no GP do Brasil para garantir seu primeiro título, mesmo com a vitória do piloto brasileiro.
E foi exatamente isso que aconteceu: Massa dominou sua corrida de casa e conquistou sua segunda vitória de F1 no País.
Na última volta, Hamilton superou Timo Glock, da Toyota, sob a chuva torrencial que caía em São Paulo. Por exatos 38 segundos, Massa foi campeão mundial, mas Hamilton cruzou a linha de chegada em quinto e ‘tomou’ a glória para si.
Mas aquela decisão ganhou contornos e hoje, mais que nunca, gera controvérsia especialmente por causa da corrida realizada pouco mais de um mês antes, o GP de Singapura.
No ano seguinte, em 2009, a ‘bomba estourou’ após a revelação e repercussão global de Reginaldo Leme, de que o brasileiro Nelsinho Piquet havia batido de propósito naquela prova para que seu companheiro espanhol de Renault, Fernando Alonso, se beneficiasse e vencesse o GP.
Exatos 15 anos depois, o caso voltou à tona. Tudo por causa de uma entrevista de Bernie Ecclestone, ex-chefão da F1, que confessou que soube do que ocorreu em Marina Bay até antes do GP Brasil daquela temporada.
Após estudar o caso, Massa reuniu uma grande equipe de advogados para buscar a revisão dos resultados de Singapura, o que pode lhe render o título de 2008.
A FIA e a FOM, e demais envolvidos no episódio foram interpeladas e ainda é aguardada a manifestação oficial de todos os acusados sobre o caso, conforme o Diário já divulgou anteriormente.
Com isso, um novo sentido pode ser dado ao GP do Brasil daquele ano, com um significado muito maior, para além de ‘só’ 38s de glória nacional no Autódromo José Carlos Pace.
Por E. Cortez / Foto: Divulgação