Dimensionar móveis de forma adequada é um dos segredos para uma arquitetura de interiores eficiente e harmoniosa. A capacidade de equilibrar ambientes grandes ou pequenos por meio da definição inteligente do mobiliário é uma arte que requer uma compreensão profunda sobre as proporções e a estética.
Ao longo de sua carreira, arquiteto Pietro Terlizzi ressalta sua obstinação por avaliar, de forma minuciosa, todas as necessidades envolvidas no projeto e, ao mesmo tempo, entregar um visual atraente e com as referências determinadas para o projeto.
“A proporção é a chave para evitar os erros”, inicia Pietro. Segundo ele, evitar o excesso de móveis é fundamental para manter o espaço arejado e, além disso, a escolha dos materiais e as cores também desempenha um papel importante na busca pelo uso confortável dos móveis no dia a dia. “A marcenaria muito bem estudada e sob medida é a solução que dita as dimensões que se encaixam perfeitamente”, sugere.
Em grandes espaços, o arquiteto revela sua predileção por desenhar a marcenaria, uma vez que, com essa personalização, ele obtém um preenchimento adequado. “Olho o layout para identificar os pontos que melhor se encaixariam com um determinando móvel, considerando sempre o objetivo principal”, explica. Ainda segundo ele, a parcimônia deve acompanhar as decisões para não incorrer no risco de inserir mais do que o projeto realmente precisa.
Ele exemplifica uma sala de estar ampla que, em vias de regra, pediria por uma estante: em uma situação como essa, a leveza para evitar a sensação de um grande bloco pode estar na execução de fundos vazados que trarão o senso de conformidade. “Outra alternativa seria não elevar a estante até o teto, de forma a delimitar uma altura agradável, mesmo em uma dimensão maior”, sugere Pietro.
Opções de móveis para ambientes amplos: painéis e estantes são ótimas opções para entregar pontos de destaque. “Gostamos de mesclar esses elementos, seja para criar um nicho e oferecer um bar elegante ou adicionar uma bancada perfeita para um home-office funcional”, enumera o profissional.
Já em espaços menores, o arquiteto aconselha não sobrecarregar o layout com móveis volumosos ou escuros. O caminho sugerido por ele é o de trabalhar com uma paleta mais suave tanto nas paredes, como no mobiliário, para conquistar a sensação de amplitude e, se possível, estudar o uso estratégico de espelhos, que podem estar em halls de entrada para refletir a luz e ajudar na percepção de que o imóvel é maior do que realmente é.
Pietro esclarece que as áreas compactas são desafiadoras e, mais uma vez, enaltece a marcenaria sob medida com a ferramenta para resolver o x da questão. “Esse raciocínio possibilita otimizar o espaço com ideias inteligentes de armazenamento como gavetas ocultas e prateleiras verticais, bem como explorar a multifuncionalidade de camas retráteis e mesas com rodinhas”, especifica.
Opções de móveis para ambientes pequenos: versatilidade deve ser a resposta para peças como camas retráteis, sofá-cama e mesas expansíveis. “O bacana é que eles podem ser recolhidos quando não estão em uso ou serem facilmente movimentados, se preciso for”, conclui o Pietro.