Esse Dia das Crianças, comemorado nesta quinta-feira, 12 de outubro, será especial para Marcos Rogério Pessoa e Mayana Priscila da Silva Santos que festejam o primeiro Dia das Crianças do pequeno Miguel Santos Pessoa, de oito meses. O irmão de Miguel, Julian Arthur Santos, já é veterano na festa porque celebra a data há sete verões.
A festa da família já está planejada. Haverá presentes para as crianças e atividades em conjunto. “Vamos presentear os meninos com brinquedos e passar o dia juntos”, conta Mayana. Mas o presente não é oferecido sem reciprocidade. A opinião das crianças é levada em consideração, mas elas têm que merecer. “A gente pergunta o que eles querem ganhar e negociamos com o bom comportamento”.
O pequeno Miguel ainda não sabe manifestar suas preferências, mas Julian aponta o que mais gosta no Dia das Crianças. “Tem muitas brincadeiras e doces na escola, todos celebram juntos e interagem”. De presente, ele pediu um microfone porque gosta de cantar. Quem sabe esse Dia das Crianças irá marcar o surgimento de um novo popstar.
Muitos pais e especialistas criticam a comercialização do Dia das Crianças, que foca muito na questão dos presentes, ou seja, do consumo. Foi assim que a data se popularizou no Brasil na década de 1960, através de uma campanha realizada por uma fábrica de brinquedos para impulsionar as vendas.
Com relação à comercialização da data, Marcos e Mayana avaliam que, comercial ou não, o ato de presentar se tornou uma tradição da data e fica difícil ir na contramão da corrente. Mas eles defendem o direito de brincar das crianças o que, aliás, é garantido por lei. “As crianças têm que brincar e aproveitar ao máximo a fase mais pura e mágica da vida”, afirmam.
Questionados sobre as principais diferenças entres o Dia das Crianças de suas infâncias com a dos filhos, pai e mãe falam que apesar de haver dificuldades financeiras em ambas as famílias, a data não passava em branco. Porém, Mayana observa que a rotina das crianças hoje é muito diferente, sem muitas das brincadeiras tradicionais que fizeram parte de sua infância.
“Hoje em dia as crianças vivem no mundo paralelo, entre celular e TV, e não brincam muito”, analisa. No entanto, ela credita parte desse fato às mudanças sociais. O crescimento da criminalidade “ilhou” as pessoas dentro de casa e é perigoso permitir brincadeiras na rua como ocorria antigamente.
“Hoje é mais perigoso brincar na rua, pois aumentou a criminalidade e não é seguro deixar as crianças nas ruas como antes. Por isso que muitas escolas e instituições aproveitam essa data para trazer as crianças para o mundo real das antigas brincadeiras como roda e cantigas”, conclui.
Por Ednéia Silva / Fotos: Arquivo pessoal