A Acirc (Associação Comercial e Industrial de Rio Claro) inaugurou nesta sexta-feira (15) uma unidade de mediação e arbitragem. O novo serviço visa auxiliar na solução extrajudicial de conflitos. “É mais um serviço que a Acirc oferece para a cidade que vai enriquecer ainda mais o suporte dado aos nossos associados”, comentou o presidente da entidade, Antonio Carlos Beltrame, o Secreta, durante a cerimônia de inauguração.
Também presente, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Rio Claro, Mozart Gramiscelli Ferreira, ressaltou que a OAB é uma grande incentivadora da mediação e arbitragem. “A mediação é cada vez mais importante para promover o desenvolvimento. O advogado não foi ensinado a conciliar, mas está havendo uma mudança de mentalidade. O profissional pode ganhar menos, mas ganha mais rápido”, observou.
Para Arnon Henrique Marchioni, presidente da Apescc (Associação Profissional das Empresas de Serviços Contábeis e Contabilistas de Rio Claro), o projeto de mediação e arbitragem é muito interessante, especialmente diante da morosidade do judiciário onde um processo leva até 15 anos para ser resolvido. “O acordo é mais ágil e diminui os custos, reduzindo o entulhamento de processos no judiciário”, frisou.
Maurici Dias Gomes, superintendente de Produtos e Serviços da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), comentou que a unidade de mediação e arbitragem orienta, aconselha e dialoga com as partes com o objetivo de solucionar o conflito por meio do acordo.
“É um caminho absolutamente alternativo para a solução de conflitos empresariais”, pontuou Gomes, informando que a unidade vai utilizar a estrutura que a Acirc já possui com operação feita pela Câmara de Mediação e Arbitragem da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). De acordo com ele, a entidade possui um quadro de árbitros e mediadores capacitados e preparados para atender os conflitos.
O diretor da Câmara de Mediação e Arbitragem, Guilherme Giussani, salientou que o judiciário brasileiro tem cerca de 80 milhões de processos em andamento e o tempo médio de resolução das ações é de seis anos e cinco meses. Conforme ele, a taxa de congestionamento gira em torno de 80%, ou seja, a cada 100 novos processos, 78 são “empurrados” para o ano seguinte.
“Os processos criam filhotes e não avançam. Logo, a estrutura do judiciário não dará conta da demanda”, avalia. Nesse cenário, a mediação surge como alternativa. “Através da mediação conseguimos resolver um conflito em até 30 dias, e nosso índice de sucesso atualmente é de 80%”, informou Giussani, salientando a agilidade do procedimento que é muito menos burocrático.
A unidade de mediação e arbitragem vai funcionar na sede da Acirc que fica na Rua 3 esquina com a Avenida 12, Centro de Rio Claro.
Por Ednéia Silva / Foto: Divulgação
