Estima-se que cerca de 80% das informações sensoriais que os bebês recebem vêm dos olhos, o que torna esse sentido essencial para o seu desenvolvimento. Na semana em que é celebrado o Dia da Saúde Ocular (10/7), Marcelo Cavalcante Costa, oftalmologista e especialista em Retina Infantil da Maternidade São Luiz Star, em São Paulo, destaca os principais sinais de alerta em relação à visão de bebês e crianças.
“Embora os bebês não possam expressar verbalmente problemas de visão, existem alguns sinais de alerta que os pais podem observar”, pontua o especialista. Confira:
– Lacrimejamento constante: Se o bebê apresentar lacrimejamento excessivo e constante, isso pode ser sinal de um problema ocular, como obstrução do ducto lacrimal ou Glaucoma Congênito.
– Vermelhidão e secreções: Olhos vermelhos, irritados ou com secreção anormal podem indicar uma infecção ocular, como conjuntivite, que requer atenção médica.
– Desalinhamento dos olhos: Se os olhos do bebê não estiverem alinhados corretamente, ou seja, se um olho estiver desviado para dentro, para fora ou em uma direção diferente do outro, isso pode indicar estrabismo.
– Ausência de contato visual: Embora seja comum que os recém-nascidos não mantenham contato visual imediato, se o bebê não fizer contato ou evitá-lo consistentemente após os primeiros meses de vida, pode ser sinal de um problema de visão.
– Falta de interesse em objetos visuais: Se o bebê não mostrar interesse por brinquedos ou objetos coloridos em sua frente, isso pode indicar dificuldades visuais.
– Dificuldade em seguir objetos em movimento: A incapacidade do bebê de acompanhar visualmente um objeto em movimento, como um brinquedo balançando, pode ser um sinal de problemas visuais.
– Sensibilidade à luz: Se o bebê mostrar desconforto excessivo ou sensibilidade à luz, como piscar excessivamente ou fechar os olhos diante de uma luz brilhante, pode ser um sinal de alerta.
“É importante ressaltar que esses sintomas podem indicar outros problemas de saúde, além dos oculares. Caso os pais notem algum desses sinais de alerta, é recomendado consultar um médico, preferencialmente um oftalmologista pediátrico, para uma avaliação adequada da visão do bebê”, orienta Marcelo.
Prevenção
De acordo com o oftalmologista, há mais 50 doenças oculares que podem ser diagnosticadas em recém-nascidos, sendo as mais comuns e graves o retinoblastoma (tipo raro de câncer que atinge pincipalmente crianças), glaucoma e catarata congênita. “São condições que podem levar à perda de visão se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente”, destaca o médico.
A principal forma de prevenção e detecção precoce de doenças oculares em recém-nascidos é a triagem oftalmológica neonatal, realizada por meio do Teste do Olhinho Ampliado ou Reflexo Vermelho. O exame, rápido e não invasivo, é realizado com um equipamento portátil, onde o profissional capta imagens do globo ocular do bebê para análise, ainda nos primeiros dias de vida. Estatísticas apontam que 1 a cada 20 pacientes (5% dos casos) possui alguma condição importante e que deve ser acompanhada.
“Vale citar que o exame normal é restrito a um grupo de doenças. Para uma avaliação mais detalhada e abrangente, há a opção do Teste do Olhinho Ampliado, que por meio de imagens digitais detecta 100% das doenças oculares do recém-nascido”, explica o oftalmologista.
Isso porque o teste do Olhinho Ampliado inclui uma série de testes e exames para identificar não apenas obstruções no eixo visual, mas também condições oculares e outros problemas que podem afetar a visão do bebê, permitindo a detecção e tratamento precoce, com maiores chances de cura e preservação da visão.
“Vale lembrar que o sistema visual da criança ainda é imaturo e o tratamento precoce é essencial para o seu correto desenvolvimento. O Teste do Olhinho Ampliado é um exame rápido, indolor e de grande importância para a saúde ocular dos bebês”, finaliza Marcelo.
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