Uma parte importante da história dos 196 anos de Rio Claro, que estão sendo completados neste sábado, dia 24 de junho, pode ser contada pelas operações de um equipamento público muito especial, cujo papel importante na qualidade de vida da cidade nem sempre é claramente percebido: o Canil da Guarda Civil Municipal.
É este setor da GCM que, desde 2004, quando foi criado, atua com agentes destacados e cães criteriosamente treinados para reforçar os patrulhamentos preventivo e ostensivo da corporação, bem como por prestar apoio às viaturas operacionais da GCM. E, ainda, estender esse apoio, quando solicitado, a outras forças de segurança, por exemplo as polícias Civil, Militar e Rodoviária.
Contando atualmente com sete cães, sendo dois filhotes, o Canil mantém esses animais atuando em tarefas distintas. Phanton, um pastor holandês é cão de guarda e proteção, realizando trabalhos como controle de distúrbios civis, policiamento em estádios de futebol e policiamento de rotina.
Já Holly, um golden retriever é um cão de cinoterapia, utilizado em atividades com foco terapêutico em instituições de saúde e até mesmo de acolhimento. Iron é um pastor malinois, especializado em ações de detecção de entorpecentes, mesma habilidade de Madona, da raça belga malinois.
Dois filhotes, Jason e Blac, também da raça belga malinois completam esse plantel. Jason é treinado para guarda, enquanto Black para detecção de entorpecentes. “Nos apoios solicitados e prestados pelo Canil a outras instituições na maior parte das vezes a demanda é justamente para tarefas de detecção de drogas”, explica Dhieimison Pereira de Oliveira, chefe da divisão do Canil.
Atuação social
Além da contribuição para reforçar o combate à criminalidade, o Canil da GCM dá outra colaboração importante à cidade, na área social, através das atividades de cinoterapia, por meio do projeto Cão Doutor. Holly, o golden retriever, é o animal destacado para visitas a instituições de saúde – há inclusive uma parceria do Canil com o Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, referência na América Latina em tratamento oncológico.
Por meio de visitas planejadas e supervisionadas Holly interage com pacientes oncológicos, gerando comprovados resultados de impacto positivo nas condições emocionais desses pacientes. A visita a instituições que abrigam idosos também começa a ser parte do trabalho do Cão Doutor realizado pelo Canil da GCM. Há, ainda, ações complementares como palestras em escolas, onde os animais são apresentados e é explanada a importância do trabalho realizado com o apoio deles.
Rotina no Canil
O chefe da divisão conta também um pouco sobre o cotidiano interno do setor. “Temos nossa rotina, que começa diariamente às 14h, e que inclui limpeza prévia do local, manutenção, adestramento, trato com os cachorros. Começamos sempre por uma limpeza, depois os alimentamos adequadamente, os colocamos para o descanso pós-refeição, para que eles tenham uma boa digestão. Nesses momentos, não há contato com os animais, pois eles precisam ficar tranquilos, o máximo possível. Depois temos as nossas próprias atividades de treinamento físico. Então, nos dividimos em duas equipes, com dois GCMs assumindo a viatura e o trabalho nas ruas com os cães, e outros dois permanecendo no Canil, com as atividades de treinamento dos animais
Estrutura e expectativas sobre as novas instalações
Atualmente o Canil funciona junto da sede da GCM, com sete agentes, atuando em equipes em regimes de escala de 12x36h, em instalações que incluem sala de administração, depósito para rações e armazenamento de equipamentos de treinamento, além de oito baias para acomodação dos animais.
Um detalhe interessante é a atuação do GCM Igor Rafael de Carvalho, que também é veterinário. Segundo Dhieimison, ele presta um apoio voluntário importante para o setor. “Ele cuida das demandas veterinárias de rotina dos nossos animais”, explica.
Quando algum animal do Canil da GCM chega aos oito, ou no máximo 10 anos de idade, chega o momento da ‘aposentadoria’. O protocolo do setor, então, é primeiro oferecer o animal em doação para o próprio agente que mais trabalha com o cachorro no dia a dia. Se não houver interesse ou possibilidade desse agente adotar o animal, ele é então oferecido a outros integrantes da corporação. E se a adoção não acontecer, só então são analisados perfis de interessados ‘de fora’. “Fazemos um levantamento para ver se a pessoa tem realmente condições de adotar, se tem espaço físico, se pode assegurar uma boa alimentação e bem-estar do animal e só após comprovarmos tudo isso, é que entregamos o animal para adoção”, complementa Dhieimison.
Para breve, os agentes esperam a concretização de um projeto importante: a construção da nova sede do Canil, cujo processo licitatório está em fase final. “Poderemos ter a obra concluída até setembro”, torce o chefe da divisão.
A nova sede do Canil será construída na esquina da rua 11 com a avenida 23, no bairro Estádio, próximo à GCM. “Esperamos ter mais estrutura e ainda mais condições de continuarmos contribuindo com as áreas social e de segurança de Rio Claro, por muitos anos”, conclui Dhieimison.
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