Em continuação à série de matérias que pretendem analisar as propostas de governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o Centenário entrevistou o Gerente Regional da Ciesp, João Zaine.
Desta vez, os temas foram as privatizações de estatais e a reforma tributária.
Bolsonaro propôs privatizar estatais, mas não definiu quais. Os Correios podem ser vendidos, conforme algumas indicações do presidente, mas empresas que ele considera estratégicas, como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, o “miolo” da Petrobras e a parte de geração de energia do setor elétrico, não. Para garantir alguma influência nas companhias que forem vendidas, o programa de governo do militar pretende utilizar golden share – tipo de ação que dá poder de veto.
Zaine concorda com as privatizações e disse que o Estado deve ser mínimo. “Estado deve ser mínimo e cuidar de assuntos básicos, como educação, saúde e transporte público, sem se intrometer em empresas que têm os lucros como finalidade”, explica ao lembrar que a iniciativa privada tem maior competência nessa área.
De acordo com o gerente regional, é possível reduzir a dívida pública em 20%, somente com privatizações e concessões. “Mas tudo precisa ser feito com planejamento, transparência, rigor e estratégia”, esclarece.
Ele afirma ainda que é necessário diminuir o déficit fiscal e reverter a trahjetória da dívida pública, que passou de 58% do PIB em 2013 para 77,3% do PIB atualmente. “Sem reformas, poderia chegar a 140% em 2030, segundo o Banco Mundial”, enfatiza.
TRIBUTAÇÃO
Bolsonaro defende ainda a reforma tributária e a criação de um imposto único, simplificando a tributação.
“É preciso encarar de frente a reforma da previdência e a reforma tributária. Isso não pode ser tratado mais como fatores ideológicos, são questões econômicas fundamentais, necessárias para o desenvolvimento e para a retomada da confiança do mercado”, afirma Zaine.
Ele explica que a enorme carga tributária e a burocracia elevam o chamado “Custo Brasil”. “Nos deixa menos competitivos no mercado internacional”, relata.
Ele defende que a indústria brasileira deve estar conectada com a quarta revolução industrial,