O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que mede o desenvolvimento dos municípios brasileiros, mostrou que Rio Claro teve um crescimento em relação ao levantamento anterior referente ao ano de 2015. Depois de dois anos seguidos em queda o índice voltou a crescer. O indicador de Rio Claro fechou em 0,8253 contra 0,8121 de 2015, mas ainda abaixo do índice registrado em 2013, que foi de 0,8571.
Esse resultado mostra o impacto da retração econômica que levou a uma queda de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, com reflexos nas três vertentes que compõem o estudo: emprego e renda, saúde e educação.
Divulgado nesta quinta-feira (28) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base em dados de 2016, o IFDM 2018 monitora os indicadores sociais em 5.471 municípios, onde vivem 99,5% da população brasileira.
O estudo adota uma escala de avaliação que vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento do município. As cidades são divididas em quatro categorias: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,5), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1). O índice vem sendo aferido há uma década.
No resultado geral, incluída a média das notas dos três indicadores (emprego e renda, saúde e educação), foram observados apenas 431 municípios com alto rendimento, o equivalente a 7,9% do total.
Indicadores
As três vertentes que compõem o IFDM apresentaram crescimento em 2016 em Rio Claro. O índice de emprego e renda atingiu 0,6629 ponto, voltando a crescer após duas quedas consecutivas, quando acumulou retração superior a 21%. Essa foi a área de desenvolvimento que mais sofreu com a recessão dos últimos anos.
Tanto o IFDM educação como o IFDM saúde apresentaram discreta elevação, mantendo a trajetória observada desde o início da publicação do índice. No entanto, a evolução apresentada pelos dois indicadores foi a menor em 10 anos, indicando que a crise também teve impactos sociais, e não só econômicos. O IFDM educação subiu de 0,9386 (2015) para 0,9408 (2016). Já o IFDM saúde saiu de 0,8625 para 0,8722, no mesmo período.
Das três vertentes, em Rio Claro Educação e Emprego e Renda ainda mostram números menores que em 2013, quando apresentavam 0,9505 e 0,8024, respectivamente. Já na vertente saúde, apresentaram um leve crescimento de 6,5 %, indo 0,8185 em 2013 para 0,8722.
Confira os índices de evolução de Rio Claro na tabela abaixo:
O valores são, respectivamente, dos anos 2016, 2015, 2014 e 2013:
IFDM – 0,8253 – 0,8121 – 0,8563 – 0,8571
EDUCAÇÃO – 0,9408 – 0,9386 – 0,9422 – 0,8185
SAÚDE – 0,8722 – 0,8625 – 0,8482 – 0,8185
EMPREGO E RENDA – 0,6629 – 0,6353 – 0,7785 – 0,8024
Nível Brasil
De acordo com o estudo, de 2015 para 2016, foram fechados 3 milhões de postos de trabalho formais no país. Em 2016, a recuperação se deu em 2.254 cidades que geraram empregos, mas 60% dos municípios fecharam postos de trabalho, incluindo capitais e grandes centros econômicos.
O indicador emprego e renda registrou pequena recuperação ao atingir 0,4664 ponto, contra 0,4336 de 2015.
Ainda assim, o resultado continua em nível historicamente baixo e foi o pior da série histórica. Apenas cinco cidades alcançaram o alto desenvolvimento neste indicador: São Bento do Norte (RN), Capanema (PR), Telêmaco Borba (PR), Selvíria (MS) e Cristalina (GO).
Disparidades Regionais
O IFDM 2018 confirma uma realidade que outros estudos sobre o tema já vinham revelando ao longo dos últimos anos: o país contínua desigual e com enormes disparidades regionais.
Enquanto o Sul é a região mais desenvolvida do país, tendo 98,8% de cidades com desenvolvimento alto ou moderado, perfil semelhante ao apresentado pelo Sudeste e Centro-Oeste, as regiões Norte e Nordeste têm, respectivamente, 60,2% e 50,1% dos seus municípios com desenvolvimento regular e baixo.
O estudo trouxe destaques positivos, como a melhoria da região Centro-Oeste, que alcançou o padrão Sul-Sudeste, com 92,4% dos municípios com desenvolvimento moderado ou alto e nenhum município com baixo desenvolvimento.