Atuando na área da beleza há anos e percebendo a necessidade de muitas pacientes, a cabeleireira Silvinha Izeppe resolveu usar o trabalho para ajudar na autoestima de mulheres que enfrentam o câncer de mama.
“É uma forma de ajudar no psicológico, várias mulheres me procuram no salão, abaladas, com o resultado do processo de tratamento, queda de cabelo. Acabo orientando de alguma forma a como adaptar-se à quimioterapia com o processo da beleza”, relata a profissional.
Ela explica que o atendimento é humanizado e oferece alternativas para a paciente se sentir melhor com a nova imagem, como, por exemplo, aprender a adaptar a peruca ou um lenço, ao simples gesto de ajudá-las a passar lápis nos olhos e sobrancelhas ou até mesmo receber uma adaptação de cílios.
Em um dos trabalhos, uma paciente a procurou com poucos fios de cabelo por conta do tratamento e recebeu uma adaptação do mega hair. “Ela chegou dizendo que precisava de um milagre, até eu me surpreendi com o resultado”, conta, emocionada, a profissional que desenvolve o voluntariado também em Ongs e hospitais.
No mês de outubro, várias voluntárias, inclusive, a Silvinha, desenvolveram atividades no Centro de Oncologia da Santa Casa de Rio Claro. “É muito gratificante, prazeroso. A gente trabalha com a alma, o retorno é de gratidão a Deus”, salienta Silvinha.
O convite para estar na Oncologia foi de outra voluntária, a coordenadora dos voluntários da Santa Casa, Odete. “Entrei em contato com a Silvinha para estar com a gente e fazer este trabalho de cortar as unhas, maquiar, orientar sobre como as pacientes podem se sentir melhor. Foi muito gratificante”, disse.
E para deixar o mês de prevenção ainda mais rosa, voluntários também confeccionaram em crochê, os famosos lacinhos, símbolos da campanha. “Sempre temos alguma atividade, mas durante o mês de alerta sempre expandimos a programação. Tivemos cafés da manhã especiais, apresentação de coral, dia de beleza, oficina de pintura com o tema. Foi um sucesso”, afirma a encarregada do Setor de Oncologia Fabiana Schnetzler.
Atualmente, o setor está com 235 pacientes que tiveram câncer de mama na fase de hormonioterapia, que é o acompanhamento após a quimioterapia. “É uma troca, a equipe toda se envolve para tentar distrair os pacientes e fazer com que esqueçam pelo menos por um instante o momento que enfrentam. E o carinho é devolvido em dobro”, ressalta Fabiana.
O departamento atua com equipe multidisciplinar de forma a amparar pacientes e familiares. “É um lugar que a gente tem muita honra de trabalhar, porque o que a gente faz aqui na Oncologia da Santa Casa – SUS, é igual uma paciente que seria tratada em qualquer hospital particular. Os prazos oncológicos são todos respeitados, não temos filas, as pacientes são recebidas de forma carinhosa, são acolhidas e dentro de tudo que a gente pode oferecer, a gente oferece o melhor possível”, relata o mastologista Daniel Buttros.