Todos os anos, no planeta inteiro, há destaque e ações de conscientização sobre a Doença de Parkinson em 11 de abril. A data figura no calendário da Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1998 e visa ao esclarecimento das manifestações da enfermidade e à apresentação de possibilidades de tratamento. Marca, não por acaso, o nascimento do médico inglês James Parkinson, o pioneiro ao pesquisar a “paralisia agitante”, como era conhecida a doença no século XIX.
Segundo a coordenadora do Departamento Científico de Transtornos do Movimento da ABN, Débora Palma Maia, o objetivo do Dia Mundial é divulgar amplamente a doença, para que as pessoas reconheçam os sintomas e saibam qual profissional procurar.
“Além disso, buscamos combater o preconceito. O Parkinson ainda é estigmatizado, muita gente pensa que é um diagnóstico fatal. Não é. Existem tratamentos tanto medicamentosos quanto não medicamentosos; dá para viver bem por muitos anos”, complementa.
Ela esclarece ainda que a principal característica é a lentidão dos movimentos, seja para falar, para andar ou para fazer outras atividades, embora muitas pessoas a associem ao tremor. “Existe Doença Parkinson sem tremor, mas não há sem lentidão, sem bradicinesia.”
Cerca de 1% da população acima dos 65 anos, segundo estimativas da OMS, conviverá com algum grau de enfermidades ligadas à Doença de Parkinson – mas o número pode chegar a 3% até 2030, dado o aumento da expectativa de vida da população.
A despeito de quase sempre se manifestarem em pessoas idosas, os casos abaixo dos 60 anos vêm aumentando. De acordo com a OMS, é possível que 10% a 15% dos pacientes diagnosticados tenham menos de 50; cerca de 2%, podem estar abaixo dos 40.
“Não vislumbramos uma cura próxima, um remédio ou um procedimento que acabe com a doença de vez,” pondera Débora, “contudo, temos inúmeras pesquisas sendo desenvolvidas. Estamos mais próximos de um tratamento modificador para a Doença de Parkinson, ou seja, de um tratamento que impeça de progredir”.
Foto: Reprodução/Times of India