Em visita a Rio Claro nesta quarta-feira (5), o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT) passou pela redação do DRC acompanhado do secretário municipal de Habitação, Agnelo Matos, e de João Guilherme, do diretório municipal do PT. Bem votado na cidade, Chinaglia veio agradecer os eleitores que mais uma vez lhe confiaram seu voto e o ajudaram a se eleger para mais um mandato na Câmara Federal, o sétimo consecutivo. “Sempre sou bem votado aqui e tenho muitos amigos. Primeiro para agradecer e depois conversar sobre Rio Claro e Brasil relacionados a política”, disse Chinaglia.
Além de agradecimento, a visita também teve como objetivo discutir projetos para o município nas áreas de saúde, habitação e educação, setores que já foram beneficiados com recursos de emendas destinadas pelo deputado. Agnelo Matos lembrou no passado, o deputado destinou dinheiro ao AME (Ambulatório Médico de Especialidades), para a implantação de galerias no Jardim Araucária e Terra Nova, pavimentação asfáltica no Jardim Progresso, para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), além de intervir junto ao governo federal para a liberação de verba para continuidade das obras de construção das creches do Residencial das Palmeiras e Residencial dos Bosques e da escola do Benjamin de Castro. “O Arlindo sempre foi um deputado muito presente no município, um dos mais ajudou Rio Claro”, destacou Matos.
No cenário nacional o deputado falou sobre a reforma tributária, um grande desafio para o governo federal. “Todo mundo é a favor, mas todo mundo puxa para o seu lado, e esse é o desafio a ser vencido”, pontuou o parlamentar. Segundo ele, é necessário rever determinados benefícios que ao longo dos anos são mantidos, corretamente ou não.
“A grande maioria da população ganha até dois salários mínimos e é a pobreza é que paga imposto. O rico compra iate e não paga imposto, não paga sobre os dividendos. Somos um país oligárquico e a sociedade precisa discutir o orçamento. É um tema árido, mas que precisa ser discutido”, comenta.
O deputado também falou sobre o arcabouço fiscal, conjunto de regras que têm como objetivo evitar o descontrole das contas públicas. Segundo ele, o presidente Lula não terá como aplicar seu plano de governo se não houver mudanças na taxa de juros, teto de gastos etc. “Todo mundo defende o superávit primário, mas ninguém ´fala do superávit nominal. Fica no discurso de não gastar mais do que se arrecada, mas esquece que o Brasil pode tem títulos públicos e pode emitir moeda”, observou Chinaglia salientando que o mercado fica “nervoso” quando se fala em romper o teto de gastos públicos, fato ocorrido pelo menos cinco vezes no governo anterior. São conjugações de fatores que o governo terá que enfrentar. “Esse debate você não vê nem no Congresso Nacional de maneira suficiente”, disse.
Com relação ao Congresso Nacional, Chinaglia falou sobre o novo bloco criado na Câmara dos Deputados que reúne 142 parlamentares do MDB, Republicanos, PSD, Podemos e PSC. “Esse bloco atende uma estratégia desses partidos, mas não significa que não haverá articulação política com quem está fora. Ainda é cedo para dizer e o posicionamento do bloco só vai ficar claro com o andar da carruagem. É cedo, mas um movimento que existe, é forte, e precisa ser analisado”, analisa Chinaglia.
Com relação a uma possível oposição ao governo Lula, Chinaglia acredita que nenhum partido ou parlamentar fará oposição por oposição. “Quando há uma pauta concreta, como o reajuste do salário mínimo ou Bolsa Família, quem vai ficar contra?”, pergunta.
Por Ednéia Silva / Foto: Diário do Rio Claro