Tendência que promete crescer cada vez mais nos próximos anos, a arquitetura biofílica vem ganhando adeptos, tanto entre profissionais, quanto de admiradores, por oferecer uma abordagem inovadora ao adicionar elementos naturais e biológicos nos projetos de interiores e espaços urbanos.
A proposta é sempre a de criar ambientes agradáveis e produtivos, além de esteticamente incríveis. Todavia, o termo biofilia e seus benefícios ainda são desconhecidos por muitos, então, o escritório PB Arquitetura, junto à Vasart, resolveram esclarecer dúvidas em volta dessa temática.
Biofilia e arquitetura
Você sabe o que é biofilia? Etimologicamente falando, a tradução vem do grego Bio que significa Vida e Philia que significa Amor, ou seja, é o ‘amor à vida’. “De uma tradução muito bonita e interessante, podemos explicar a biofilia como um conceito que prega a atração pela natureza. Quando relacionamos com arquitetura, é possível vislumbrar projetos mais verdes”, afirma Silvana Novas, diretora da Vasart.
Todavia, a profissional à frente da Vasart, empresa fabricante de vasos contemporâneos, ressalta que a biofilia não se resume a apenas adicionar, aleatoriamente, plantas e outros elementos naturais ao décor diário. A arquitetura biofílica possui objetivos concretos, sempre em busca de criar ambientes que fortaleçam o bem-estar dos indivíduos, de forma a prezar pela melhora da qualidade de vida. Além disso, pode ser utilizada para promover a sustentabilidade e a conservação de recursos naturais através do uso de materiais ecológicos, energia renovável e sistemas de reciclagem de água e resíduos.
Benefícios
Como o objetivo da biofilia é promover a conexão da natureza com o espaço de convívio, essa junção entrega cada vez mais ambientes trabalhados com elementos pontuais que transmitem uma sensação geral de tranquilidade. Entretanto, são inúmeros os benefícios que a prática pode trazer, sendo eles:
- Reestabelecimento da saúde mental e física;
- Redução do estresse;
- Aumento da produtividade, criatividade, desempenho cognitivo;
- Melhora da qualidade do ar.
De acordo com estudos, é por isso que a arquitetura biofílica também tem sido adotada cada não só no âmbito residencial, como também no corporativo. Empresas como Nubank, Amazon e Google passaram a incorporar esses componentes e obtiveram como retorno a melhoria do bem-estar e produtividade dos funcionários. “Clínicas e hospitais também passaram a adotar o modelo para oferecer mais suporte aos pacientes”, dizem os arquitetos Priscila e Bernardo Tressino, do PB Arquitetura.
“O modelo biofílico tem esse poder de impacto beneficamente na vida das pessoas, afinal há momentos de paz e tranquilidade que só a proximidade com a natureza proporciona. Como consequência, esse estilo ganha força para enfrentar os desafios ambientais atuais”, completa a dupla do PB Arquitetura.
Incorporando aos projetos
Embora a ideia de misturar plantas à decoração pareça bastante simples, Priscila destaca que a arquitetura biofílica vai muito além disso, pois é uma tendência que inclui diversidade por meio do emprego de materiais orgânicos, iluminação natural, paleta de tons terrosos, água, madeira e pedra, outras particularidades que evocam a sensação de se estar em um ambiente natural.
Algumas das formas mais comuns desse modelo podem ser vistas na configuração de jardins internos, paredes de água, jardins verticais, telhados verdes e ambientes com maior sistema de ventilação natural. Outras formas de seguir o padrão é inserir, no mobiliário e na decoração, materiais naturais como bambu, sisal, madeira, troncos de árvore e revestimentos de pedras naturais.
“Para quem busca implantar esse modelo em casa, a maneira mais simples de começar é com uma planta e um vaso e depois, consequentemente, ir aumentando a coleção de plantinhas. Quanto maior o contato com a natureza, mais ampla será a conexão emocional de tranquilidade e aconchego ela transmitirá”, enfatizam Priscila e Bernardo.
No caso das plantas, é importante ficar atento ao local onde será inserida – a questão de lugares mais abertos ou fechados, sem muita luz, implica no tipo de espécie que será escolhida. No caso de locais internos, plantas e flores com um caule mais grosso, que retém mais água e é mais resistente, são mais recomendadas, como é o caso da zamioculca, costela de adão, violetas e azáleas.
A arquitetura biofílica é uma tendência crescente, onde muitos designers de interiores, arquitetos e urbanistas estão explorando novas maneiras de incorporar elementos naturais em seus projetos para conceber espaços mais saudáveis, sustentáveis e agradáveis para as pessoas.
Sobre a PB Arquitetura
Criado em 2010, o escritório é liderado pelo casal Priscila e Bernardo Tressino. Os dois se conheceram na faculdade de arquitetura e, juntos, somam diversas especializações, com destaque para as áreas de design de interiores e paisagismo. Ao longo de sua trajetória, concluíram mais de 10 mil m² de obra com a colaboração de uma equipe 100% formada por arquitetos.
Planejar espaços verdes vem se tornando essencial para as pessoas. Seja em apartamentos ou casas, como essa projetada pelo escritório PB Arquitetura. Foto: Henrique Ribeiro
Criar composição de vasos com diferentes espécies nos jardins promove uma variedade de benefícios, pois cada planta é única e possui proveitos particulares | Na imagem, os vasos Bali, produzido com jeans, pela Vasart | Foto: Divulgação
Paredes verdes podem ser criadas com plantas naturais ou plantas preservadas para terem seu aspecto mais natural, como presente nessa varanda gourmet executada pelo escritório PB Arquitetura. Foto: Henrique Ribeiro
Outra maneira de agregar a biofilia ao décor que sobreviva a todas as estações, é criando um jardim de inverno. Nesse projeto, os arquitetos do escritório PB Arquitetura aproveitaram um espaço no coração da casa para trazer a natureza. Foto: Henrique Ribeiro
A composição de vasos acrescenta um charme para as residências. Da esquerda para direita: as coleções de vasos sustentáveis da Vasart: SP 27(1) e a Fuji (2) | | Foto: Celina Germer e Divulgação