Cego de Guia
Passamos por tanta coisa em nossas vidas que, por diversas vezes, ficamos perdidos sobre o que fazer, a quem recorrer para pedir ajuda, onde encontrar uma “solução”… Buscamos até mesmo respostas que já foram postas em nossa frente e, por teimosia, tentamos encontrar algo diferente, algo que nos agrade e apenas suavize nosso sofrimento.
Na tentativa de fugir desses problemas, buscamos os problemas de outras pessoas na intenção de ajudá-las e consequentemente melhorar esse nosso caos interno. Contudo, será que realmente estamos ajudando os outros ou estamos machucando-os? Digo isso pelo motivo de que, para que eu possa ajudar alguém a resolver um problema, eu mesmo preciso estar bem com os meus problemas, do caso contrário, ao me posicionar para auxiliar outra pessoa serei tomado por diversos sentimentos ou incompreensões.
Podemos falar de diversos tipos de sentimentos, bons e ruins. Vejamos uma pessoa que sente-se sozinha, talvez ela de fato esteja só ou ela pode estar rodeada de pessoas e ainda assim sentir-se só em seu próprio mundo. A razão disso precisa ser desvendada, certo?
Englobando outros sentimentos, possivelmente isso surge por causa de eventos do passado, onde tal pessoa foi isolada de um grupo de amigos/colegas e a fez criar uma bolha social, na qual poucos tem acesso ou absolutamente ninguém o têm. Será que uma pessoa mau-resolvida nesse problema pode ajudar outras com os mesmos problemas? Creio que não.
Outro bom exemplo seria de uma pessoa que se vê como alguém horrível, de tal modo que muitas das vezes procura prepara o exterior (visual e estilo) com o foco em reconfortar-se. Ou, a mesmo possa sentir-se insuficiente e buscar uma aprovação constante. Já entendeu onde quero chegar, não é? Se não, vou lhe explicar.
Quero dizer com tudo isso que: tais sentimentos podem ou não ser uma fase! Não digo apenas de idade, mas também de certos momentos em nossa vida em que esses e outros sentimentos invadem nosso coração. Porém, o que nos cabe fazer se não buscar resolve-los e nos preparar, assim, para ajudar outras pessoas com esses (e outros) problemas?
Mateus 7:3
“Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? […]”
De certo que ajudar uns aos outros é a melhor opção. Precisamos deixar nossa ignorância de lado, nosso orgulho, nosso ego… Acredito que já está na hora de tomarmos um pouco de vergonha na cara e fazer do nosso redor um ambiente melhor. Quer ajudar os outros por compaixão e não por orgulho? Quer, de fato, fazer a diferença?
Se a resposta para essas breves perguntas foi sim, então comece você a mudar primeiro e, só então, poderás corrigir as pessoas que estão ao seu redor e ensiná-las o que é ser humano de verdade. Aprenda amar para falar obre amor, aprenda a perdoar para falar de perdão, aprenda como é se sentir só para falar sobre solidão. Aprenda com seus problemas e, só então, ensine as pessoas a se resolverem consigo mesmas, com seus pais, com seus medos e problemas.
Texto escrito pelo aluno Ryan Vitor, sob curadoria de Rafael Cristofoletti Girro, aluno da Escola Estadual Marciano de Toledo Piza, todos pertencente a Rede Camões de jornais escolares. O texto tem caráter pedagógico.
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