Os cães farejadores do Canil do BAEP (Batalhão de Ações Especiais da Polícia) treinam o faro com o uso de recursos de alta tecnologia. A informação é do próprio órgão, que descreve como as inovações ajudam no preparo dos animais de serviço para ajudar os policiais no combate ao crime.
A inovação mais recente no canil do 10º BAEP foi a instalação do laboratório de faro em um container climatizado doado pela empresa Brado Logística e o investimento de quase R$ 50 mil na aquisição de sachês de aroma sintetizado não narcóticos da marca “ScentLogix”.
As essências de odores adquiridas se referem a maconha, cocaína, fentanyl, heroína, MDMA, LSD/DMT e metanfetamina. O material é importado e existe um protocolo de armazenamento e manuseio muito criterioso que viabiliza refinar os treinos dos cães com qualidade e quantidade, já que segundo o fabricante, a essência de um sachê não narcótico equivale a aproximadamente 300 kg da droga pura.
Técnica desenvolvida na Europa
O Laboratório de Detecção/Faro é um local utilizado para apresentação do odor aos cães que estão em formação e posteriormente é utilizado como reforços aos treinos diários de detecção e discriminação de odores. Seu ambiente é controlado, climatizado e esterilizado e tem por finalidade apresentar o odor ao cão sem que haja influências externas nesse primeiro contato.
Em uma placa de compensado naval são feitos diversos furos e são acoplados canos e conectores em PVC onde serão depositados os odores das drogas, armas, explosivos e demais itens, para que fique claro ao cão o que ele deverá localizar e também para que haja um refinamento de sua indicação.
Este painel é o início de tudo, depois serão apresentados os mesmos odores em caixas de referência as quais são usadas como espécie de transição para os diversos tipos de ambiente onde os nossos heróis irão localizar as drogas ou demais odores direcionados.
A técnica do painel surgiu na Europa e é utilizada há várias décadas, com o intuito de priorizar a estampagem de odor para que ela fique clara e precisa ao cão e vem sendo aperfeiçoada conforme necessidade desde então.
O Canil do BAEP
A atuação do 10º Batalhão de ações especiais de Polícia – 10º BAEP está prevista na DIRETRIZ Nº PM3-005/02/21 e inclui, entre outras atribuições, as ações de policiamento com cães nos 52 municípios de nossa região, entre eles: Piracicaba, Rio Claro, Limeira, Sumaré e Americana. Internamente, o assunto “cão policial” é regulado pelas instruções nº 19 na PM de São Paulo, atualizadas em outubro de 2022.
As Instruções sobre canil na PM paulista tratam das missões do canil, sua organização administrativa, do plantel canino, da exclusão dos cães, do policial militar especializado em Cinotecnia, da carga dos cães, da viatura adaptada para o transporte dos cães e dá outras prescrições diversas.
Em São Paulo, a unidade gestora do conhecimento sobre canil é o 5º Batalhão de Choque – CANIL, localizado na capital, sendo certo que no 10º BAEP se encontra um dos diversos canis chamados de setoriais.
Os cães que servem atualmente
Atualmente no 10º BAEP existem 10 (dez) cães policiais aptos para o trabalho, são eles: Maya, Zamp, Luger, Dexter, Blaster, Colt, Judá, Yran, Pandora e Thor, todos da raça Pastor-Belga Malinois com pedigree, os quais são conduzidos por policiais do 10º BAEP altamente especializados pelo curso de Cinotecnia da PMESP, além de cursos de especialista em faro, medicina veterinária e outros.
Os caninos ficam baseados em duas sedes do canil, uma em Piracicaba/SP (junto ao CPI-9) e outra em Sumaré/SP (junto ao 48º BPMI).
Segundo o órgão, as sedes obedecem a rigorosa normatização de padronização e condições de higiene e saúde para melhor qualidade de vida do cão, possuindo boxes individuais com solário, sala veterinária, boxes de quarentena e isolamento, sala administrativa, sala de ração, sala de materiais para treino, local para banho e campo de treinamento.
O Pastor-Belga Malinois é uma das quatro variedades da raça de cães pastor-belga, originária da Bélgica. De pelagem curta, de cor fulvo-encarvoada, é nativa da região de Malinas e tida como uma das mais comuns entre os pastores belgas. É um cão de trabalho de alta performance, rústico e funcional.
No 10º BAEP os pastores fazem de tudo por seu brinquedo. Todo seu “trabalho” não passa de uma grande brincadeira em que eles se divertem com seus amigos humanos.
O órgão garante que os cães do 10º BAEP permanecem sempre sob forte atenção e cuidados dos policiais especializados e veterinários do Batalhão e de civis eventualmente contratados, recebendo diariamente: duas alimentações, limpeza dos recintos (boxes), atividade física e treino técnico em sua grande parte envolvendo faro de drogas, ambientações, obediência, guarda e proteção, para depois estarem prontos para executarem seu trabalho nas ruas por até seis horas diárias, apoiando as demais equipes do BAEP e da Polícia Militar de nossa região no que for preciso dentro de suas atribuições e capacidades.
Resultados – Mais de mil criminosos detidos e 3,3 toneladas de drogas apreendidas
Desde a sua criação, segundo o órgão, o 10º BAEP prendeu mais de 1 mil criminosos, foram mais de 150 armas de fogo apreendidas, entre fuzis, metralhadoras, pistolas e revólveres, milhares de apoios foram prestados, diversos veículos foram recuperados e o número mais impactado pela ação do canil é a apreensão de droga que passou de 3,3 toneladas.
“A produtividade dos cães do 10º BAEP é aferida individualmente, sendo que merecem destaque os cães Yran, Pandora e Judá por seu desempenho em ocorrências, sendo seguidos de perto pelos mais novos que buscam com muito afinco ultrapassar os números dos veteranos”, explica o BAEP.
E quem quiser visitar o Canil do BAEP pode fazer o agendamento. As sedes do canil em Piracicaba e Sumaré recebem visitas agendadas pelo e-mail: 10baepp5@policiamilitar.sp.gov.br
Foto: Fabio Gerônimo